O Conto da Aia - Margaret Atwood

2 de dezembro de 2017

Título: O Conto da Aia
Autora: Margaret Atwood
Editora: Rocco
Gênero: Distopia/Drama
Ano: 2017
Páginas: 368
Nota:★★★★★
Sinopse: Escrito em 1985, o romance distópico O conto da aia, da canadense Margaret Atwood, tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo nos últimos meses, voltando a ocupar posição de destaque nas listas do mais vendidos em diversos países. Além de ter inspirado a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original) produzida pelo canal de streaming Hulu, o a ficção futurista de Atwood, ambientada num Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, e o fundamentalismo se fortalece como força política, ganhou status de oráculo dos EUA da era Trump. Em meio a todo este burburinho, O conto da aia volta às prateleiras com nova capa, assinada pelo artista Laurindo Feliciano.

Resenha: O Conto da Aia, da escritora canadense Margaret Atwood, é um romance distópico que foi escrito na década de 80 e recentemente ganhou um enorme destaque ao servir de inspiração e ser adaptado para a série de mesmo nome, The Handmaid’s Tale.

A degradação do meio ambiente afetou a fertilidade e a sobrevivência humana está em risco. Agora, após um grande e violento golpe que derrubou a constituição, o poder foi tomado e está literalmente na mão dos homens, que não só criaram um modelo de estado teocrático, agora conhecido como República de Gilead, como segregaram - e inferiorizaram - as mulheres dando a elas funções específicas de acordo com sua "classe". Ou elas são as Esposas inférteis dos comandantes, ou servem como Marthas (domésticas), ou são exploradas como Aias... As Aias são as poucas mulheres que ainda são capazes de engravidar, sendo a única esperança dos comandantes e suas esposas amarguradas de terem um filho.

E partindo dessa premissa, acompanhamos um relato em primeira pessoa da trajetória difícil e cheia de horrores daquela que se tornou uma Aia e passou a ser chamada de Offred, que literalmente significa que ela é "do Fred", que pertence a esse homem como se fosse um mero objeto. Através do seu ponto de vista, Offred descreve esse modelo de sociedade pós colapso político que, embora inaceitável, não deixa de ser crível (principalmente levando em consideração os temas atuais se comparado ao ano em que foi escrito), focando numa nova e terrível condição feminina, onde a mulher é privada de tudo, desde uma simples leitura até o contato social fora de casa, e seu único direito é o de servir obedientemente ao seu dono. E mesmo que seja tratada como um estorvo pela esposa do comandante, a Aia é um "mal necessário" que tem que se conformar com seu destino até cumprir com sua "função biológica".

O desenvolvimento da trama é muito lento e às vezes confuso, talvez por se limitar a visão de Offred trazendo flashbacks de sua vida antes do ocorrido e ela ainda estar se adaptando a essa vida cheia de regras e leis bizarras, e à sua nova situação servindo como Aia, tanto que ela se perde nos próprios pensamentos, divaga ou sempre repete alguma coisa absurda, como se a intenção fosse reforçar a fragilidade da protagonista e evidenciar o quanto ela está vulnerável na condição de objeto reprodutor.

E não, o livro não retrata uma luta contra esse sistema e nem trás uma história de resistência cheia de reviravoltas. É um livro que trás o horror sofrido pelas mulheres desencadeado pelo machismo e pelo fanatismo religioso através da visão de alguém que está vivendo aquilo tudo. E é algo que incomoda e deixa um gosto amargo, e que nos faz questionar sobre como seria se esta fosse a nossa realidade.
A história é cruel e é impossível não fazer comparações, principalmente quando paramos pra pensar e percebemos que a cada dia que passa, a sociedade parece não evoluir, mas sim se torna cada vez mais retrógrada quando a motivação de muitos é apoiar o conservadorismo baseado em preceitos bíblicos absurdos e odiosos...

Resumo do Mês - Novembro

1 de dezembro de 2017


Novembro não foi um mês fácil... Com a cirurgia da Chiara fiquei indo e voltando pra clínica veterinária, os cuidados com ela não foram poucos, as despesas só aumentavam, a venda de livros estava difícil e eu já estava exausta. Foi tudo muito trabalhoso pra no final das contas ela não resistir e virar estrelinha, mas sei que apesar da dor e do sofrimento que é perder um filho peludo de quatro patas, tudo que eu podia ter feito, eu fiz.
Interrompi a venda dos meus livros pois com a ajuda de muita gente, seja comprando ou ajudando com doações, consegui arrecadar a grana pra pagar a dívida com a clínica e não poderia ficar mais agradecida.
Não vai ser fácil superar, ainda vou chorar muuuito, eu sei, mas aceitar essa perda já é um grande passo pra poder seguir em frente e aprender a lidar com a falta que ela faz...

Mas enfim, apesar da correria, falta de ânimo e muita tristeza, não deixei o blog totalmente às traças. Ele inclusive me ajuda a sair dessa fossa trágica.
Espiem o que teve aqui esse mês:

♥ Resenhas
- Irmãos de Sangue - Nora Roberts
- Uma Bolota Molenga e Feliz - Sarah Andersen
- Enraizados - Naomi Novik
- Crueldade - Scott Bergstrom
- Princesa de Papel - Erin Watt
- Príncipe Partido - Erin Watt
- Espada de Vidro - Victoria Aveyard
- A Poção Secreta - Amy Alward
- A Desconhecida - Mary Kubica
Over the Rainbow - Vários autores
Chapeuzinho Esfarrapado e Outros Contos Feministas do Folclore Mundial - Ethel Johnston Phelps
Por um Toque de Sorte - Carolina Munhóz
A Melodia Feroz - Victoria Schwab
Por um Toque de Magia - Carolina Munhóz
A Faca Sutil - Philip Pullman

♥ Wishlist
- Funkos das Princesas Disney (Dancing)
- Funkos de Snow White
- Funkos de Mulan

♥ Luto (off post)
- Aquela que é insubstituível

♥ Caixa de Correio de Novembro

Aquela que é insubstituível

30 de novembro de 2017

O apego é uma coisa engraçada... Tem que diga que é uma doença, ou que é o oposto do amor, mas nesse mundo todo errado, cheio de maldades e de gente que não se pode confiar, me apegar a essa bola de pelos da cara preta foi algo inevitável, desde que bati os olhos nela pela primeira vez... Desde pequenininha ela já demonstrava ser especial, com a personalidade forte, temperamental e antissocial, e o que eu não esperava era que ela fizesse parte da minha vida como fez...

Ela foi aquela que me fez cortar metade da cortina porque ainda não tinha aprendido a fazer xixi na caixinha;
aquela que aprendeu a abrir portas fechadas pra entrar no quarto e dormir na cama agarradinha no meu pescoço;
aquela que me dava baratas de presente;
aquela que gostava de brincar com gominhas de cabelo;
aquela que esperava eu jogar balas Butter Toffees longe pra ela ir buscar;
aquela que tinha medo de ratos;
aquela que andava comigo dentro da bolsa no meio da rua sem tentar fugir;
aquela que miava na janela;
aquela que empatava o foda;
aquela que enquanto andava a banha gorda balançava;
aquela que, às vezes, gostava de ficar sozinha;
aquela que sempre gostava de dormir em cima de mim;
aquela que sabia que eu estava chegando em casa antes mesmo de abrir o portão;
aquela que achava ser a rainha da casa (e era mesmo);
aquela que fazia carinho na minha mão com a própria cabeça;
aquela que tinha antipatia de outros bichos;
aquela que mordia as crianças;
aquela que se sentava igual gente;
aquela que foi amada desde o primeiro até o último momento, e sempre será...


Doze anos é uma vida e só quem tem um filhinho de quatro patas sabe o tamanho desse amor. Por mais que a única certeza que a gente tenha na vida seja a morte, nunca vamos estar realmente prontos pra quando ela chegar... Eu sabia dos riscos, sabia que ela já era uma "senhora" gata, mas não estava preparada pro pior... Acho que ninguém nunca está...

Com a perda dela, eu senti que um pedacinho de mim também se foi.
Não tá sendo nada fácil lidar com a falta que ela faz aqui em casa. Sinto falta dela se aconchegando no meu colo, deitando em cima de mim, ronronando e me afofando, e segurar as lágrimas é uma coisa que não consigo fazer quando lembro dela, quando olho pras coisinhas dela ou pra porta toda arranhada que ela adorava afiar as unhas.



Nada vai substituir... a saudade vai ser eterna... mas o amor incondicional e sincero é um sentimento que vai permanecer... Amei demais, e vou amar pra sempre...


Caixa de Correio #69 - Novembro (nada doce)

Não tenho muito o que comentar sobre esse mês. Perder um filhinho de quatro patas dói demais e é difícil ficar animada com outras coisas quando o pensamento ainda está na dor causada por essa ausência...
Como é de costume, último dia do mês é dia de caixinha. Então bora dar uma espiada no que recebi: