Querida Filha - Elizabeth Little

2 de setembro de 2017

Título: Querida Filha
Autora: Elizabeth Little
Editora: Rocco
Gênero: Suspense/Policial
Ano: 2017
Páginas: 368
Nota:★★★☆☆
Sinopse: A relação mãe e filha – e os segredos que podem se esconder em seus meandros – é o combustível do bem-sucedido romance de estreia de Elizabeth Little, lançamento da coleção Luz Negra, que reúne o melhor do suspense feminino contemporâneo. O livro acompanha a ex-it girl Janie Jenkins, que, ao sair da prisão 10 anos após ter sido condenada pela morte da mãe, só deseja fugir dos holofotes e encontrar o verdadeiro assassino. Só há um problema: Janie não tem certeza absoluta de que não cometeu o crime. E, seguindo a única pista que possui, inicia um périplo que a levará a uma pacata cidade em Dakota do Sul e a um revelador encontro com o passado.

Resenha: Após ter sido condenada pelo assassinato de sua mãe num caso muito mal conduzido e ter passado dez anos na prisão, Jane Jenkins acabou de ser libertada. Sem ter pra onde ir e pra quem voltar, Jane só quer passar despercebida pela imprensa, já que o caso lhe rendeu uma considerável fama, e descobrir quem foi o culpado, mesmo que ela não tenha certeza absoluta de que não cometeu o crime. Ela, então, segue a única pista que tem, uma lembrança de partes de uma conversa que ouviu da mãe antes de sua morte, que a leva para as cidades gêmeas de Ardelle e Adeline, na Dakota do Sul, e lá vai ter revelações inesperadas. Mesmo que o caso tenha tido vários erros e manipulações, a responsabilidade pelo assassinato ainda é considerada de Jane, e quando ela se encontra no anonimato para buscar por respostas, a imprensa, a fim de manter o caso e os rumores sobre o crime em alta, inicia uma verdadeira caçada contra a moça que, sob, pressão precisa agir rápido.

Narrado em primeira pessoa, acompanhamos a história pelo ponto de vista de Jane enquanto ela tenta descobrir quem foi a pessoa realmente responsável pelo assassinato de sua mãe. Em meio a isso, há dúvidas levantadas sobre a própria Jane ser ou não culpada pelo crime.
A premissa em si é bastante atraente, mas, talvez por ser um livro de estreia, não me surpreendi como pensei que me surpreenderia devido ao desenvolvimento da história. A protagonista não é alguém muito agradável e em muitos pontos é praticamente indecifrável. Há personagens construídos de forma a serem imperfeitos e desagradáveis de forma proposital, mas, depois de finalizar a leitura, não acho que a intenção da autora foi essa... Acho que a forma como Jane foi construída pecou em vários pontos. Jane tem vinte e seis anos, ficou muitos anos presa depois de ter sido acusada de matar a mãe, e tem uma personalidade que oscila, com características que não combinam por falta de coerência, o que me fez inclusive duvidar da idade dela. Ela é apresentada como uma it girl, uma patricinha rebelde sem causa, irritante, rasa, rica e com uma aparente necessidade de ser bastante popular, mesmo que tenha sofrido abusos por parte da mãe enquanto ainda era viva. Mais tarde, em suas tentativas de descobrir a verdade, ela ainda precisa lidar com a ideia de fugir dos holofotes e passa a adotar um nome falso, Rebecca, e se disfarçar para não atrair atenção de ninguém, principalmente por haver uma recompensa para quem avistá-la. No decorrer dos acontecimentos, Jane mostra o quanto é esperta e tem a mente aguçada, mas num nível tão além do esperado que não convence. Os mistérios são resolvidos muito facilmente, de forma quase impossível, e acabam subestimando a inteligencia do leitor.

Em meio a narrativa, nos deparamos com mensagens de texto que Jane troca com outros personagens, boletins de ocorrência registrados na polícia, notícias, áudios, emails, documentos e afins, e mesmo que isso seja um recurso já conhecido, de certa forma, dá um dinamismo à trama e até ajuda na compreensão de alguns fatos sem ser cansativo.

Senti que os demais personagens foram jogados no meio do enredo sem muita preocupação com seus papéis, pois ao mesmo tempo que parecem ser importantes para as investigações, ou suspeitos por qualquer motivo, há uma mudança repentina no comportamento, talvez com intenção de forçar a opinião de leitor sobre ele, ou são descartados com a mesma rapidez que apareceram.
Não acho ruim que livros de suspense tenham alguns toques pontuais de bom humor para proporcionar uma certa leveza à trama e servir como forma de escape depois de algumas situações mais tensas que aparecem, mas quando esse toque é excessivo, acaba fugindo da proposta do gênero tornando o desenvolvimento até confuso. E isso se estende até nos pensamentos de Jane e em seus diálogos, que acabam sendo bem fracos ou carregados de frases de impacto que parecem estar alí pra influenciar o leitor a um sentimento que a autora parece querer causar de forma forçada, principalmente com relação às metáforas terríveis que ela utiliza.

Um ponto que achei muito interessante foi o cenário utilizado para o desenrolar da trama, Ardelle/Adeline, pois acabou representando a dicotomia de Jane/Rebecca e o que ela espera descobrir sobre os segredos da família, já que eles poderão ser (ou trazer) as respostas que ela procura. O cenário tem detalhes o bastante e acaba podendo ser considerado como um personagem vívido e que realmente fez diferença em estar alí.

Enfim, não acho que comparar autores, principalmente quando se trata de um livro de estreia, seja algo construtivo nesse caso. Há livros do gênero melhores, é claro, mas mesmo com alguns defeitos, a ideia é promissora e o livro não é uma total perda de tempo. Vale a leitura, nem que seja pela ideia de refletir sobre como a mídia não descansa quando o assunto é o ibope gerado sobre algo de grande repercussão e como a vida dos envolvidos é afetada por isso.

Resumo do Mês - Agosto

1 de setembro de 2017


Agosto até que foi um mês bastante produtivo levando em consideração que quanto mais Ian cresce, mais tempo preciso dedicar a ele. O menino tá muito espuleta, mal fez três meses e já anda me deixando de cabelo em pé já que ele sai rolando pela cama afora e anda dormindo cada vez menos. Eu até que queria ir na Bienal esse ano, mas levar ele na mala seria impossível, e $$$tempo$$$ que é bom, não tenho nenhum. O jeito é me programar para os próximos anos...

♥ Resenhas
- Quando Você Estava na Minha Barriga - Thrity Umrigar
- 30 Dias para Mudar: Whole30 - Melissa e Dallas Hartwig
- A Filha do Sangue - Anne Bishop
- Levana - Marissa Meyer
- O Livro das Coisas que Nunca Aconteceram - Ana Luiza Savioli
- Anna e o Planeta - Jostein Gaarder
Ninguém Vira Adulto de Verdade - Sarah Andersen

♥ Na Telinha
- The Handsmaid's Tale
- O Poderoso Chefinho

♥ Caixa de Correio de Agosto
Com Funkos e box especial de Friends! ♥


PS.: Vou ter que postar algumas resenhas retroativas no mês de Agosto, então depois volto pra editar a postagem e completar a lista XD

Caixa de Correio #66 - Neverending Agosto

31 de agosto de 2017

Último dia desse mês que nunca acaba, Senhor! Até que enfim! Acho que o nº 8 pra agosto cai muitíssimo bem, visto que é o símbolo do infinito de pé.
Esse mês recebi algumas cortesias lindas! Acabei resistindo bravamente e deixando de comprar alguns livros divinos nessas promoções loucas que rolaram na Saraiva, Amazon, Americanas e sei lá onde mais, mas por um motivo maior: comprei Funkos e o box de Friends! ♥♥♥
E não reclamei de ter passado as promos já que minha pilha de livros anda tão gigante que acumular mais, sendo que nem sei quando vou poder ler, é besteira. Inclusive penso em montar um mini sebo online pra liberar espaço e praticar o desapego literário.

Espiem o que recebi:

Ninguém Vira Adulto de Verdade - Sarah Andersen

29 de agosto de 2017

Título: Ninguém Vira Adulto de Verdade
Autora: Sarah Andersen
Editora: Seguinte
Gênero: Juvenil/Tirinhas
Ano: 2016
Páginas: 120
Nota:★★★★★
Sinopse: As tirinhas certeiras de Sarah Andersen, que já contam com mais de 1 milhão de fãs no Facebook, registram lindos fins de semana passados de pernas pro ar na internet, a agonia de andar de mãos dadas com alguém de quem estamos a fim (e se os dedos ficarem suados?!), a longa espera diária para chegar em casa e vestir o pijama, e a eterna dúvida de quando, exatamente, a vida adulta começa. Em outras palavras, este livro é sobre as estranhezas e peculiaridades de ser um jovem adulto na vida moderna. A sinceridade com que Sarah Andersen lida com temas como autoestima, timidez, relacionamentos e a frequência com que lavamos o sutiã torna impossível não se identificar com esses quadrinhos hilários e carismáticos.

Resenha: Ninguém Vira Adulto de Verdade reúne tirinhas muito divertidas e verdadeiras que fazem parte do dia-a-dia de uma jovem engraçada e cheia de maluquices quando o assunto é relacionamentos, autoestima e até mesmo quando o seu próprio útero está prestes a lhe pregar uma peça quando menos se espera...
As criações da autora, que são relatos de momentos do cotidiano, já eram publicadas na Sarah's Scribbles, sua página no Facebook, que já conta com mais de dois milhões de curtidas.


Eu já acompanhava algumas publicações e fiquei muito feliz com a ideia de ter um livro tão caprichado em mãos.
A capa dura, as páginas grossas e tantas ilustrações divertidíssimas são um prato cheio pra quem gosta e é fã de tirinhas.

O que eu gosto mais no livro (e na própria fanpage) é que a autora representa muitas situações dos dias de hoje de uma forma muito engraçada, como se a ideia fosse rir das próprias tragédias da vida, não importa de que tamanho sejam. Então, mesmo que eu ainda não seja adulta, pra mim foi impossível não me identificar com as comparações do antes e depois e com as ideias dela de não querer ter filhos, mas querer ter milhões de bichos de estimação, ou enxergar minha própria mãe antissocial e impaciente na pele da personagem. Ela é muito tímida e tem várias neuras quanto a isso, faz coisas que contradizem seus pensamentos, odeia ficar cercada de gente, passa por situações constrangedoras e faz cara de paisagem, vive deixando pra depois o que poderia fazer hoje por motivo nenhum (ou só pra ganhar tempo colocando seriados em dia ou lendo enrolada em cabaninhas de cobertores), deixa as pernas cabeludas por preguiça de se depilar, não abre mão de usar pijama NUNCA e ama livros e vira a noite lendo até o sol raiar. Pra cada situação tem uma atitude, um pensamento, uma reação engraçada ou carregada de sarcasmo e ironia, e até umas cutucadas de leve na forma imbecil como muita gente utiliza as redes sociais, mostrando que ser adulto é praticamente uma ilusão, pois ninguém vira adulto de verdade quando a criança que temos dentro de nós ainda está alí insistindo em nos fazer passar vergonha ou agir de modo.



É um livro divertido, feito pra arrancar muitas risadas, no meu caso gargalhadas altas mesmo, ou até mesmo pra distrair. É uma leitura rápida e que vale a pena, não só pela ideia da diversão, mas por mostrar pequenos momentos de uma recém adulta que parece ainda estar com o pé na infância e ainda está aprendendo a lidar com suas inseguranças, relacionamentos, vida social, TPM e muito mais.