Sorteio de Aniversário - 5 anos de LC!

16 de janeiro de 2017


No comecinho desse mês o blog fez cinco aninhos! Dá pra imaginar?! Parece que foi ontem que tive a ideia de criá-lo pra falar um pouquinho de uma das minhas maiores paixões: Livritchos!
E claro, eu quase ia deixar passar batido por falta de ânimo e tempo, mas achei que seria injusto com o pessoal que ainda acompanha o blog, né?
Então, em parceria com a Companhia das Letras, o blog vai sortear O Acordo e O Erro, de Ellen Kennedy, os dois livros (que super adorei) pra um único ganhador!
Não fica de fora, não!
Confira as regrinhas abaixo e preencha o formulário:
Termos e condições:
- Ter endereço de entrega em território nacional;
- Perfis fakes ou exclusivos pra promoções não serão aceitos. Caso constatado, o ganhador será desclassificado sem aviso prévio;
- Não nos responsabilizamos por danos ou extravios por parte dos correios, nem por um segundo envio em caso de devolução por erro nos dados informados ou entrega sem sucesso;
- Comentar as resenhas são entradas opcionais! Caso o comentário não seja pertinente ou seja reaproveitado de outro blog, o mesmo não será considerado como entrada válida e a mesma poderá ser removida e/ou o participante poderá ser desclassificado;
- Após o resultado o ganhador será comunicado por email (o mesmo do formulário). O prazo para responder com os dados é de até 48 horas, caso contrário um novo sorteio será realizado. Em caso de falta de resposta por parte do ganhador, o sorteio será refeito por no máximo 3 vezes. Caso ninguém responda em tempo hábil, o sorteio será cancelado;
- Caso o ganhador seja sorteado com uma entrada extra que não tenha sido cumprida, estes serão desclassificados e será feito novo sorteio;
- O envio do livro será feito em até 30 dias úteis pela Companhia das Letras após o recebimento dos dados do ganhador;

a Rafflecopter giveaway

Boa sorte!

Cicatrizes - K.A. Robinson

15 de janeiro de 2017

Título: Cicatrizes - Torn #1
Autora: K.A. Robinson
Editora: Fábrica 231/Rocco
Gênero: Romance/New Adult
Ano: 2016
Páginas: 288
Nota:★★☆☆☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Foram poucos os relacionamentos de Chloe até a chegada à universidade. Ela escolheu ingressar na West Virginia e cursar Psicologia pela oportunidade de permanecer perto de Amber, a melhor amiga, e Logan, o fiel escudeiro e amigo desde os tempos de ensino médio. Chloe nunca teve uma boa convivência com a mãe, drogada e desequilibrada.
Mas justamente no primeiro dia de aula, o destino de Chloe começa a ser traçado em outra direção. É quando ela senta ao lado de um típico bad boy tatuado, piercings nos lábios e nas sobrancelhas. O coração bate mais forte, a respiração fica alterada, e a boca seca. Drake Allen é o motivo. Dono de um mustang e vocalista da banda Breaking the Hunger, o rapaz é bastante assediado pelas fãs e não se prende a ninguém.
Drake não resiste à troca de olhares com Chloe, quando se esbarram pela primeira vez na sala de aula. É o início de uma relação com muitos obstáculos, movida por desejo e paixão intensos. Mas Drake se declara num momento em que Chloe, desiludida, resolve ceder aos encantos de Logan, o melhor amigo, que há anos nutre um amor platônico, e que finalmente tem coragem de se declarar.
Seria válido trocar um amor seguro por um músico bad boy, ou mais cômodo manter a amizade disfarçada de namoro? De um lado, Logan, lindo, gentil e carinhoso. De outro, Drake, uma paixão rude e avassaladora. Mas por que será que os caminhos do coração indicam sempre as curvas mais tortuosas? Chloe decide então seguir em frente na busca pela felicidade, mas não contava que o passado voltaria a bater em sua porta. 

Resenha: Cicatrizes é o primeiro volume da trilogia Torn escrito pela autora K.A. Robinson e publicado no Brasil pelo selo Fábrica 231 da Editora Rocco.

Chloe é uma jovem que sempre teve problemas em casa com a mãe viciada em drogas e totalmente desequilibrada. Ingressar na faculdade seria uma forma de deixar esses problemas pra trás e ficar livre, ou pelo menos ela pensou que sim, e ela está bem satisfeita por ficar mais próxima da amiga, Amber, e de seu antigo e "fiel escudeiro", Logan que também estão na faculdade junto com ela.
Mas logo no primeiro dia de aula, Chloe se senta ao lado de Drake, o clássico bad boy cheio de piercings e tatuagens, vocalista de uma banda e super cobiçado pela mulherada. A atração é instantânea mas, segundo Chloe, seria impossível que Drake a notasse.
Desiludida, Chloe resolve dar uma chance a Logan, que sempre fora apaixonado por ela, mas com a aproximação, Drake, enfim resolve se declarar...
O que fazer diante dessa situação? Dar uma chance a Logan, tão amável e gentil, ou investir numa paixão avassaladora com o misterioso Drake? A ideia de Chloe é ser feliz, mas isso será um pouco complicado quando ela tiver que confrontar o passado outra vez...

A escrita da autora é bastante leve e envolvente, mas isso não significa que a história tenha me surpreendido de forma muito positiva... O livro é narrado em primeira pessoa pelo ponto de vista de Chloe, e entendo em partes que isso seja um fator que não proporcione ao leitor tantas informações sobre os demais personagens quanto eu gostaria, afinal, é a protagonista descrevendo as coisas a partir do que vê e do que sente. Mas, a partir do que Chloe descreve, os personagens aparentemente são adoráveis, mas foram explorados com tanta superficialidade que se tornaram vazios, comose estivessem alí pra enfeitar.
Geralmente livros New Adult são clichês e apresentam personagens com algum trauma vivenciado no passado para que a história tenha a devida carga dramática, mas em Cicatrizes, esse fator não é aprofundado e acaba não ganhando a importância que deveria para fazer jus ao gênero. Não importa que o livro seja recheado de clichês, desde que eles sejam inseridos de uma forma convincente, que cative e que envolva, e isso não acontece aqui...
E como se isso já não fosse um problema considerável o suficiente, ainda temos o famoso - e terrível - triângulo amoroso. Confesso que já me deparei com alguns poucos livros abordando triângulos que, pela situação em si, convenceram e até me arrancaram lágrimas ou suspiros, mas o que dizer quando uma protagonista intragável e sem personalidade resolve se aventurar com dois caras sem saber o que quer? E não, se envolver com dois garotos não vai curar as cicatrizes de ninguém, muito pelo contrário, só vai causar mais dor de cabeça e trazer mais confusão pra vida dos envolvidos. O que parece é que o drama está alí por acaso e o foco da história fica sobre o triângulo e as experiências mais quentes vivenciadas pelos personagens, como se tudo se resumisse a isso.

O que posso, de fato, elogiar nessa obra é o trabalho gráfico. A capa é muito bonita, a fonte utilizada é bastante adequada e os detalhes em alto relevo dão um charme a mais ao livro, mas não se deixe enganar por ela, por favor... A escrita da autora é boa, e esse foi o único fator que me manteve lendo até o fim, mas ao fechar o livro, minha única reação foi revirar os olhos e pensar no tempo que perdi.

De forma geral, posso dizer que não faz mal uma autora utilizar de fórmulas tão batidas quanto essa para criar a própria história: garota linda que não enxerga atrativos em si mesma, melhor amigo apaixonado por ela, jovens quebrados que precisam recomeçar de alguma forma e encontram o que procuravam um no outro, até surgir mais alguém... Mas, a forma como a história foi desenvolvida, a falta de profundidade nos personagens, a total previsibilidade da trama e os incontáveis clichês fizeram de Cicatrizes uma grande decepção pra mim, infelizmente.

Cujo - Stephen King

14 de janeiro de 2017

Título: Cujo
Autor: Stephen King
Editora: Suma de Letras
Gênero: Suspense
Ano: 2016
Páginas: 376
Nota:★★★★☆
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Frank Dodd está morto e a cidade de Castle Rock pode ficar em paz novamente. O serial-killer que aterrorizou o local por anos agora é apenas uma lenda urbana, usada para assustar criancinhas. Exceto para Tad Trenton, para quem Dodd é tudo, menos uma lenda. O espírito do assassino o observa da porta entreaberta do closet, todas as noites. Você pode me sentir mais perto… cada vez mais perto. Nos limites da cidade, Cujo – um são Bernardo de noventa quilos, que pertence à família Camber – se distrai perseguindo um coelho para dentro de um buraco, onde é mordido por um morcego raivoso. A transformação de Cujo, como ele incorpora o pior pesado de Tad Trenton e de sua mãe e como destrói a vida de todos a sua volta é o que faz deste um dos livros mais assustadores e emocionantes de Stephen King.

Resenha: Cujo foi publicado originalmente em 1981 nos Estados Unidos e teve uma adaptação cinematográfica lançada em 1983. Na história, um São Bernardo dócil, que dá nome ao livro, é o protagonista. Essa amabilidade termina quando o cão é mordido por um morcego e contrai o vírus da raiva. Intercalando entre os pensamentos do cachorro e dilemas pessoais dos personagens, Cujo é uma trama cheia de tensão e com um enrendo muito original e diferente. A jornada do cachorro e seu dono Brett na pequena Castle Rock vale cada página lida.

A sinopse por si só já é peculiar o bastante para despertar a atenção do leitor: um cachorro raivoso que vira o terror de uma pequena cidade no Maine. Além desse curioso protagonista, Cujo traz ótimos personagens que complementam a trama com seus dilemas. Donna é uma dona de casa, mãe de um garoto de cinco anos, Tad, e vive com seu marido, Vic, num bairro de classe média. Charity, mãe de Brett, é casada com James, um homem carrancudo que não a trata com devido respeito. Essas duas famílias têm seus problemas e questão desenvolvidas de maneira exemplar por King ao longo da trama, uma vez que suas vidas se entrelaçam por causa de Cujo. Assim como em outros livros, Stephen cria em cada pessoa fictícia a personificação de alguém muito real. De um modo ou de outro, é fácil se identificar com a perspectiva de encarar certos problemas da vida do modo que os personagens fazem.

Esperar normalidade dos livros do autor é algo que não deve acontecer. Ele tem certas fórmulas ao construir uma história e isso é muito interessante. Há uma boa dosagem de suspense em Cujo, mas não o terror propriamente dito. A sinopse dá a ideia de que o cão colocará pânico em toda uma cidade, mas não é bem isso que acontece. O filme é muito caricato, enquanto obra literária consegue passar uma tensão enorme e os acontecimentos suscetivos dão um gás na trama, despertando a curiosidade para saber quem será a próxima vítima do São Bernardo. A narrativa tem o ponto de vista do cachorro, e a raiva traz a ele sentimentos muito conflituosos. É a partir daí que se cria toda expectativa para saber qual será o próximo passo dele.

Além de todos os pontos positivos e da excelência como King constrói tudo que escreve, há pequenas ressalvas quanto ao desenvolvimento e coerência de alguns fatos. Muito do que ocorre na trama parece "cômodo" demais, como se, por exemplo, a mocinha quebrasse o tornozelo ao correr do vilão. Apesar de toda a maestria do autor, isso é algo que incomoda. Ao terminar a leitura, resta a sensação de que alguns desfechos e acontecimentos poderiam ter sido diferentes de modo a tornar o livro mais crível.

Cujo tem uma história muito empolgante, com um final que surpreende e tem uma pequena moral. Os personagens são muito reais e seus dilemas são compreensíveis e podem se conectar a uma situação real da vida de cada leitor. O protagonista que dá nome ao livro, sem dúvidas, está entre um dos mais originais que se poderia ter em um livro. Excluindo alguns fatos que ficam inconcluídos ao fim da história e fogem um pouquinho do aceitável, Cujo é capaz de levar quem lê ao universo de Castle Rock sem sair de lá até descobrir o que o destino, ou melhor, Stephen King, reserva para o São Bernardo.

Na Telinha - Mary & Max

13 de janeiro de 2017

Título: Mary & Max: Uma Amizade Diferente (Mary and Max)
Produção: Melodrama Pictures
Elenco: Toni Collette, Philip Seymour Hoffman, Eric Bana, Barry Humphries, Bethany Whitmore
Gênero: Animação/Humor Negro/Drama
Ano: 2010
Duração: 1h 32min
Classificação: +16
Nota:★★
Sinopse: Mary Daisy Dinkle (Toni Collette) é uma menina solitária de oito anos, que vive em Melbourne, na Austrália. Max Jerry Horovitz (Philip Seymour Hoffman) tem 44 anos e vive em Nova York. Obeso e também solitário, ele tem Síndrome de Asperger. Mesmo com tamanha distância e a diferença de idade existente entre eles, Mary e Max desenvolvem uma forte amizade, que transcorre de acordo com os altos e baixos da vida.

Mary & Max é uma animação baseada na história real de Mary Daisy Dinkle, uma garotinha de oito anos que mora no subúrbio de Melbourne, na Autrália em 1976. Mary é uma menininha muito sozinha e que vive sofrendo bullying na escola por causa de uma mancha de nascença "cor de cocô" que tem na testa. Ela passa o tempo assistindo seu desenho animado favorito, os Noblets, construindo seus próprios brinquedos, conversando com Ethel, seu galo de estimação, ou comendo seu doce favorito, leite condensado direto da lata.
Mary vive num lar disfuncional, onde sua mãe é alcóolatra e cleptomaníaca, e seu pai, que trabalha numa fábrica de chás e empalha pássaros como hobbie, é bastante ausente de sua vida.


Em Nova York, bem longe de Mary, vive um homem na casa dos quarenta anos, Max Jerry Horowitz. Max é muito inteligente, é ateu, viciado em cachorro-quente de chocolate, obeso, antissocial, solitário, tem um amigo imaginário chamado Ravióli, também é fã dos Noblets e sabe que é diferente das outras pessoas pois tem Síndrome de Asperger.


Os dois não se conhecem nem nunca ouviram falar um do outro, mas isso foi até Mary achar o endereço de Max em uma lista de endereços de Manhattan, distrito de Nova York, que ela encontrou por acaso no correio e decidir enviar uma carta a ele contando um pouquinho de sua vida. A partir de então, eles começam a trocar correspondências e desenvolvem uma amizade inusitada, mas muito bonita e verdadeira, que dura por vinte anos.

Mary & Max é animação voltada o público adulto. O longa apresenta situações através de um narrador onisciente que nos conta a história, e os personagens, na maioria das vezes, só tem voz quando estão escrevendo suas cartas. A animação não só tem um humor negro e ácido e com grandes toques de melancolia, como também aborda temas trágicos, delicados ou pesados e que não são indicados para crianças, como sexo, abuso, vícios, pedofilia, adultério, depressão, suicídio, alcoolismo, as marcas que um passado trágico deixa nas pessoas e muito mais...
É muito interessante a forma como a Síndrome de Asperger é abordada e como Max se comporta quando lê as cartas abertas de Mary. Suas crises de ansiedade são extremas e seu jeito de lidar com situações em que se sente confrontado representam bem como a cabeça de quem sofre com isso funciona.


Acompanhar essa amizade sendo construída ao longo dos anos enquanto cada um dos personagens relata ao outro detalhes de seus cotidianos de forma tão sincera, íntima e crível é de se emocionar, principalmente devido a inocência de Mary e o que ela leva pra vida enquanto cresce e amadurece. Saber um pouco mais do que viveram, dos altos e baixos que passaram, de suas conquistas, seus medos e decepções, seus sonhos só faz com que o espectador torça por eles, e a animação tendo sido feita em stop-motion conseguiu dar um brilho a mais à história mostrando que não é preciso atores de renome para interpretar papéis. Os bonequinhos convencem, são expressivos, tem personalidade e acredito que nada poderia substitui-los à altura. As cenas envolvendo Mary são em tons de sépia enquanto as de Max são em preto e branco. As expressões, os detalhes, os efeitos, tudo foi feito magistralmente e é impossível não se impressionar por essa verdadeira obra de arte.


Pra quem procura por um filme para ser apreciado é mais do que recomendado. Mary & Max é sensível, tocante, melancólico, com toques de humor negro e com um final que parte nossos corações.