Trainspotting - Irvine Welsh

21 de julho de 2016

Título: Trainspotting - Trainspotting #1
Autor: Irvine Welsh
Tradução: Galera & Pellizzari
Editora: Rocco
Gênero: Ficção/Romance
Ano: 2016
Páginas: 288
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Livraria Cultura
Sinopse: Para que ter um emprego? Para que ter uma casa de dois andares em uma rua arborizada? Para que uma cafeteira, uma máquina d elevar, um bilhete de metrô? Abrir uma conta no banco, ter um cartão de crédito, assinar contratos? Despertador, TV a cabo, férias na Riviera? Crianças na escola, carro do ano, comida na geladeira? Quem disse que a vida precisa ser só isso? É essa vida que você escolheu? Tem certeza de que você precisa disso? Relaxe. Sinta o sangue correndo em suas veias. Feche os olhos. E prepare-se para a viagem.
Resenha: Trainspotting, escrito pelo autor escocês Irvine Welsh, ganhou uma grande repercussão devido a temática junkie/trash utilizada que engloba o submundo das drogas e de como era a vida de jovens que usavam a heroína de forma impensada e inconsequente (como qualquer viciado em drogas faz). O livro é de 1993, foi lançado no Brasil em 2004 e Editora Rocco relançou a obra nesse ano de 2016 sob novo - e infinitamente melhor - projeto gráfico.

A história se passa nos anos 90, no subúrbio de Edimburgo, Escócia, e retrata a época com bastante fidelidade através de jovens amigos que se perdem na vida ao fazerem escolhas erradas por não quererem viver de acordo com os moldes impostos pela sociedade considerados como "corretos".
É um livro de conteúdo explícito, sórdido, vulgar e sujo que mostra como alguém pode arruinar a si próprio, degradando-se lentamente em meio a marginalidade, passando o dia deitado numa poça da urina ou merda e ainda correndo riscos de contaminação por doenças incuráveis como a AIDS, que teve seu auge na época, devido as práticas nada higiênicas que são adotadas pelo grupo dos drogados.
A história é contada por um grupo de amigos, Mark Renton, Sick Boy, Spud, Tommy e Begbie, dentre outros, cada um com características únicas mas com uma coisa em comum: Eles são viciados e contam como chegaram ao fundo do poço pelo uso desenfreado da heroína.

O livro é dividido em partes - que pelos títulos resumem bem a vida de um viciado (Largando, Voltando, Largando de novo, Cagando tudo, Exílio, Lar, Saída) - e cada uma delas possuem capítulos sem sentido e aleatórios que parecem não ter ligação nenhuma com o anterior ou o seguinte, principalmente por não serem lineares e nem respeitarem uma ordem cronológica certa, e a narrativa em primeira pessoa se alterna sem que fique claro quem é o personagem da vez. Somente após o leitor se familiarizar com a forma de falar de cada um deles é possível se atentar a essas características particulares e saber a quem pertence a voz ativa que narra o capítulo em questão. Vamos ficando íntimos deles, sabendo de seus medos e anseios quando eles compartilham suas opiniões acerca da vida e do que lhes acontecem, sendo possível conhecer a essência de cada um deles. De início parece muito confuso e a impressão é de que a própria estrutura narrativa é um amontoado desconexo, mas posteriormente fica claro que a ideia foi genial levando em consideração que a vida desses jovens e como suas cabeças funcionam num estado de torpor (ou da falta dele) é a personificação do próprio caos.

Embora o tema seja pesado, há muitas passages cômicas e até despretenciosas que dão espaço para que o leitor "respire", fugindo um pouco de tanta tragédia, mas as críticas à sociedade estão lá, em trechos reflexivos que nos colocam pra pensar sobre as consequências de nossas escolhas além de dar uma visão sobre alguns fatores que pode levar alguém a ir pelo caminho das drogas. A sociedade fede, é hipócrita, preconceituosa, e a desilusão que as pessoas nutrem por esperarem por um futuro sem perspectivas de coisa alguma acaba fazendo com que alguns procurem por válvulas de escape como forma de distração. O problema é que algumas delas são ilegais, levam esses sujeitos à marginalização e na grande maioria das vezes, é um caminho irreversível e sem volta, logo qualquer indício de que o futuro poderia ser promissor, acaba sendo destruído por uma escolha ruim.

Penso como a tradução dessa obra deve ter sido um trabalho árduo para os tradutores pois o autor recria a linguagem oral falada pela população da classe baixa de Edimburgo e a passa para a forma escrita, procurando escrever da mesma forma que se fala, focando em sotaques e entonações. É uma mistura de inglês clássico com o dialeto usado do sul da Escócia e por mais que a grafia seja "incorreta" é possível entender o que se fala pela através da parte fonética. Na tradução e adaptação para o português, a forma para evidenciar esse linguajar pobre e chulo foi usando uma escrita bem informal e com erros ortográficos propositais, e ao mesmo tempo descartando o uso de gírias regionais, pois dessa forma qualquer um pode ler sem maiores dificuldades no entendimento. Porém, em outros casos onde são utilizados termos mais complexos relacionados a elementos específicos da região onde os personagens vivem, foi necessário a criação de um glossário para não fugir dos padrões da escrita traduzida e facilitar nossas vidas, além das notas de rodapé com observações sobre alguns termos usados pontualmente.
O título também foi mantido em inglês de forma proposital já que além do significado literal (conferindo os trens), ele faz uma referência ampla a atividades sem sentido ou sem utilidade que implique em uma total "perda de tempo", o que na minha opinião não poderia ser mais adequado visto que a vida que esses pobres coitados escolheram não os leva a nada... Acho que inclusive o livro deveria ser de leitura obrigatória em escolas a fim de conscientizar e abrir os olhos dessa geração que não é tão diferente daquela que viveu nos anos 90...

Em suma, Trainspotting é uma obra ácida, recheada de obscuridade, agressiva e muito, muito suja, mas tráz uma história contada de forma única, intrigante, agradável, divertida e despretenciosa e que vai se tornar inesquecível e trazer questionamento e reflexões devido a profundidade com que os dilemas daqueles que possuem vícios são abordados.

Temporada dos Ossos - Samantha Shannon

20 de julho de 2016

Título: Temporada de Ossos - Bone Season #1
Autora: Samantha Shannon
Editora: Fantástica/Rocco
Gênero: Fantasia Urbana/Sobrenatural/Distopia
Ano: 2016
Páginas: 448
Nota: ★★★★☆
Sinopse: Ambientada em 2059, a trama acompanha a protagonista Paige Mahoney, uma andarilha onírica, alguém capaz de entrar na mente das pessoas e captar pensamentos e fragmentos de sonhos. Considerada traidora pelo governo, Paige paga por seu dom com a sua liberdade e é enviada para uma prisão secreta em Oxford. Lá, ela conhece os Rephaim, criaturas de uma raça antiga que desejam controlar a clarividência de Paige e de outros como ela, e precisará aprender a confiar em aliados improváveis não só para reconquistar a liberdade, mas garantir a própria sobrevivência. Considerada um dos principais nomes da literatura de fantasia dos últimos tempos, Samantha Shannon entrega aos leitores um romance surpreendente e arrebatador.

Resenha: Temporada de Ossos é o primeiro volume da série Bone Season escrita pela autora inglesa Samantha Shannon e publicado no Brasil pelo selo Fantástica, da Editora Rocco.

O ano é 2059 e o mundo já não é mais o mesmo. Aqueles que são dotados da paranormalidade são temidos pela sociedade e o governo partiu numa caça desenfreada aos clarividentes. Scion é uma das cidades mais seguras para as pessoas normais viverem e a vigilância constante contra os poderes mentais dos clarividentes é constante. Devido a isso, vários grupos clandestinos de desnaturais, divididos em cortes e sessões, foram formados no submundo. Essas pessoas precisam viver incógnitas, precisam evitar que suspeitas sejam levantadas sobre elas para que não sejam capturadas. Num desses grupos está Paige Mahoney, uma jovem de dezenove anos com o poder de entrar na mente das pessoas e captar pensamentos e fragmentos de sonhos. Ela é uma Andarilha Onírica e é uma das mais poderosas de sua classe. Em troca das suas habilidades, ela recebe proteção ao ser concubina de Jaxon Hall, o Mime-Lorde que lidera os Sete Selos, seu grupo de elite. Esses líderes são como mafiosos, e embora ele dê abrigo a Paige, ela sabe que está longe do perigo... Após alguns acontecimentos, Paige é capturada e levada para uma torre em Sheol I, conhecida como Oxford, onde é mantida presa secretamente pelos Rephaim, criaturas que culpam os desnaturais por vários problemas que foram desencadeados através do uso de seus dons e que por isso os escreviza a fim de controlar a clarividência que eles possuem. Resta a Paige lidar com a verdade obscura que descobre enquanto tenta aprender o suficiente para sobreviver, fugir e reconquistar sua liberdade.

A história é narrada em primeira pessoa através da perspectiva de Paige, sob uma escrita precisa, densa, com ritmo lento para os acontecimentos e muito descritiva, e sendo classificada como uma distopia, temos um governo totalmente opressor e uma classe social igualmente oprimida, e como consequência, aqueles que lutam para sobreviver e/ou combaterem essa falta de liberdade, e claro, vivendo na ilegalidade. A impressão que tive foi que a autora uniu vários elementos conhecidos de outras histórias da literatura e tornou tudo mais complexo, adicionando alguns elementos novos, criando ramificações afim de subdividir classes e determinadas características dos personagens e dando muitas explicações como forma de introduzir o leitor nesse universo repleto de camadas intrincadas e bem interessantes, mas em alguns pontos isso torna a leitura lenta e cansativa devido a essa grande quantidade de informações cheias de detalhes que acabaram me deixando um pouco confusa. Confesso que demorei a me situar na trama por causa disso, pois memorizar o funcionamento do sindicato do crime no submundo, quais as punições dadas aos criminosos capturados, me familiarizar com nomenclaturas e termos diferentes para cada coisa, e até mesmo como funciona o tipo raro de clarividência de Paige não foi uma tarefa muito fácil já que a história continua seguindo. Juro que eu iria gostar muito se o livro fosse adaptado para as telinhas para que a visualização do funcionamento desse universo fosse compreendida de forma mais fácil.
Eu acredito que o ritmo lento da trama foi um fator proposital, pois assim o final acabou funcionando muito melhor. São muitas coisas acontecendo e a cada página a sensação é que mais e mais informações nos são jogadas, sendo necessário uma atenção redobrada para não perder detalhes.

Paige é uma protagonista inteligente, cheia de determinação e ambições. Ela também não é apresentada como uma personagem perfeita, pois por ser impulsiva e teimosa, nem sempre age com razão, e pelos seus erros, ela dá uma sensação de realidade, de gente como a gente, em meio a fantasia. Ela tem espaço para crescer e a medida que a história se desenrola ela é muito bem desenvolvida. Apesar dos membros dos Sete Selos terem sido bem trabalhados, mostrando particularidades e características importantes, eles não tiveram muito espaço e senti falta de um maior desenvolvimento para eles.
Eu gostei bastante da construção dos Rephaim. A cultura da sociedade, seus costumes e a forma como vivem são bem intrigantes, e Nashira, a líder, é uma personagem ótima, mesmo que ardilosa e cruel.

O projeto gráfico do livro é lindo! A capa é simples mas tem efeitos bastante caprichados e que lembram uma textura de jeans, o título é dourado e a parte interna da capa é de um laranja bastante vivo. A diagramação é simples, a fonte é pequena, cada início de capítulo tem o mesmo símbolo presente na capa e podemos contar com o mapa da Colônia Penal de Sheol 1, a classificação completa dos sete tipos e subtipos de clarividentes e um glossário ao fim do livro explicando vários termos utilizados.

Temporada dos Ossos é o primeiro volume de uma série composta por sete livros e é indicada para os fãs de distopia e fantasia sobrenatural que procuram por tramas complexas e bem construídas. A história é criativa, divertida, tem um grande impacto e, mesmo que complexa, desperta o interesse e faz querer mais. Super recomendo!

Silêncio - Richelle Mead

19 de julho de 2016

Título: Silêncio
Autora: Richelle Mead
Editora: Galera Record
Gênero: YA/Fantasia
Ano: 2016
Páginas: 280
Nota: ★★★★★
Onde Comprar: Saraiva | Submarino | Americanas
Sinopse: Pelo que Fei se lembra, nunca houve um ruído em seu vilarejo - todos são surdos. Na montanha, ou se trabalha nas minas ou na escola, e as castas devem ser respeitadas. Quando algumas pessoas começam também a perder a visão, inclusive a irmã de Fei, ela se vê obrigada a agir e a desrespeitar algumas leis.
O que ninguém sabe é que, de repente, ela ganha um aliado: o som, e ele se torna sua principal arma. Ao seu lado, segue também um belo e revolucionário minerador, um amigo de infância há muito afastado em função do sistema de castas.
Os dois embarcam em uma jornada grandiosa, deixando a montanha para chegar ao vale de Beiguo, onde uma surpreendente verdade mudará suas vidas para sempre. Fei não demora a entender quem é o verdadeiro inimigo, e descobre que não se pode controlar o coração.

Resenha: Há muitos séculos um pequeno povoado habita o alto de uma montanha, um vilarejo conhecido como Paço do Pavão, onde, todos são surdos e vivem em absoluto silêncio. O lugar é cercado por pedras que impedem os moradores de saírem dalí os tornando dependentes de um sistema de trocas com as pessoas que vivem no vale de Beiguo, ao pé da montanha. Através de uma tirolesa, eles enviam os minérios coletados das minas e recebem mantimentos para sobreviverem, pois o solo não é fértil e eles não conseguem cultivar plantas nem criar animais. A pequena sociedade foi dividida em castas e as pessoas só poderiam ter três tipos de trabalhos: os artistas, os mais respeitados na hierarquia que são responsáveis por representar os acontecimentos cotidianos através das pituras a fim de deixarem tudo registrado na História; os mineradores, responsáveis pela escavação e extração dos minérios que são enviados a troco dos alimentos; e os fornecedores de suprimentos, responsáveis por dividir de forma justa a comida que recebem.
Fei é uma das aprendizes de artista mais promissoras e habilidosas do povoado. Ela e a irmã, Zhang Jing, vieram de uma família de mineradores que morreram bem jovens, mas por possuirem o dom da arte conseguiram uma posição melhor na sociedade ao se tornarem aprendizes. O problema é que algumas pessoas começaram a perder a visão, se tornando dependentes da caridade alheia e sendo obrigadas a viverem as margens por deixarem de ser "úteis", e quando Jing começa a ser afetada e sua visão começa a falhar, Fei se desespera com medo da irmã perder o posto e ter um destino sofrido e miserável e não hesita em enganar os tutores fazendo o trabalho de Jing quando ela não consegue executá-lo com a perfeição exigida.
A cegueira que afetou os mineradores acabou trazendo problemas para todo o povoado, pois em consequência da produção ter caído muito, os mantimentos que chegavam pela tirolesa também diminuiram proporcionalmente, e com a ideia de que isso mais cedo ou mais tarde levaria os habitantes à morte, Li Wei, um jovem minerador que foi amigo de infância de Fei mas foi obrigado a se afastar devido ao sistema de castas, decide se rebelar e descer a montanha numa tentativa desesperada de reverter a situação. Porém, em meio a aflição do povoado, Fei, inexplicavelmente, começa a ouvir, e o que inicialmente a assusta, acaba sendo seu maior aliado quando ela resolve ajudar Li Wei nessa jornada cheia de perigos em busca de ajuda e de respostas para a sobrevivência de seu povo.

Richelle Mead utilizou da mitologia e do folclore chinês para construir uma história original e envolvente o bastante para causar uma das maiores ressacas literárias que já enfrentei até então. Nem sei quanto tempo faz que um livro não me prendia desse jeito. É o tipo de livro que me animou a ponto de me fazer sair comentando dele pra todo mundo que via pela frente feito uma louca.
A escrita é fluída, gostosa de se acompanhar, descritiva na medida certa e intinstigante a ponto de ter me feito devorar cada página sem vontade nenhuma de parar.
A narrativa é feita em primeira pessoa a partir do ponto de vista de Fei, mas pelo fato de todos no povoado serem surdos, os diálogos são feitos através da linguagem de sinais e aparecem em itálico para se diferenciarem do restante do texto, e este é um dos pontos mais incríveis que a história apresenta, pois a partir disso o leitor adentra um universo diferenciado e entende melhor as reações daqueles que desconhecem o que é ouvir qualquer tipo de som, assim como as limitações que eles possuem e como são afetados por isso, e como a própria Fei lida com a ideia totalmente nova de ter sido acometida pela audição.

Sobre os personagens, não há muito o que comentar pois o que fica mais evidente são os sentimentos em vez da personalidade propriamente dita, e a situação em que Fei se encontra explica bem isso. Ela e a irmã conseguiram um posto na casta dos artistas, mas isso teve um preço. Ela sempre amou Li Wei e nunca o esqueceu, desde quando era criança, mas ao mudar de posição na hierarquia social foi impedida de se relacionar com ele e até foi prometida para outra pessoa a quem ela jamais amaria. Fei viveria numa posição melhor, daria conforto e segurança à irmã (a quem ela sentia necessidade constante de cuidar e proteger), mas abriu mão de sua felicidade em nome disso.
"Você não deveria ter que se casar porque outra pessoa quer que seja assim, ou porque parece ser a melhor escolha. Tem que se casar com alguém que ame você. Alguém que a ame a ponto de ser capaz de mudar o mundo por sua causa."
- Pág. 122
A medida que Fei e Li Wei descem a montanha e se deparam com um mundo totalmente novo, o leitor acompanha uma trama recheada de aventura e mistério, assim como embarca num romance doce que faz com que torçamos pelos dois ficarem juntos, e também pra tudo ficar bem e que todas as injustiças que eles descobrem que existem alí tenham um fim.
"Acho que somos bons nessa coisa de fazer o impossível."
- Pág. 189
A abordagem sutil que a autora utilizou para criticar a desigualdade social e a exploração alheia foi fantástica, e por mais inaceitável e cruel que seja, serve para abrir nossos olhos para enxergarmos que situações assim não ocorrem somente na ficção.
O livro foi classificado como sendo do gênero fantástico, mas posso dizer que esse elemento só aparece mesmo no desfecho da história. O foco maior recai sobre a estrutura da sociedade e como cada um tem um papel específico a desempenhar nela, assim como as descobertas que Fei e Li fazem acerca de seu povo ao se aventurarem para fora dos limites do vilarejo. As lendas locais sobre criaturas míticas sempre são mencionadas ou são perceptíveis de alguma forma, mas nada aprofundado o bastante até descobrirmos que estes elementos são as respostas para todos os questionamentos levantados durante a leitura. Num primeiro momento fiquei com a impressão de que as coisas saíram do contexto e foram muito convenientes, mas depois pensei bem e considerei que o folclore faz parte da história do povo desde os primórdios e nada mais justo do que ele ser a solução para os seus problemas.

A capa ilustra bem a protagonista e o alto da montanha como pano de fundo. Os detalhes em dourado também dão um destaque maior fazendo com que o trabalho gráfico tenha ficado muito caprichado e bonito. A diagramação é simples, as páginas são amarelas, os capítulos são curtos, a fonte e a margem possuem um tamanho agradável e encontrei alguns poucos erros na revisão, mas nada que tenha atrapalhado minha concentração e meu envolvimento com a história.

No mais, Silêncio é uma história única e intrigante com romance, aventura e mistério, e traz uma abordagem nova e original sobre os aspectos da vida humana e sobre o que as pessoas são capazes de fazer, uns pelo bem estar de quem amam, e outros por se manterem no poder.

Novidades de Julho - Grupo Pensamento

18 de julho de 2016

Jangada
As Vidas Impossíveis de Greta Wells - Andrew Sean Greer
Durante um tratamento psiquiátrico após perder seu irmão e o rompimento de seu relacionamento, Greta Wells se vê transportada para vidas que poderia ter tido se tivesse nascido em épocas diferentes. Sua consciência se alterna entre seu próprio tempo e sua vida em 1918, em que trai o marido, e outra em 1941, em que é mãe e esposa devotada. As três vidas de Greta são repletas de tensões familiares e escolhas difíceis. Cada realidade tem suas perdas, recompensas e desafios. Será que são efeitos do tratamento ou ela realmente está vivendo essas vidas? E se Greta descobrir como permanecer em um dos outros mundos, em qual época ela vai querer ficar?



Sombras do Espaço - Megan Crewe
Agora que Skylar decidiu ajudar Win a acabar com o controle secreto exercido pelo seu povo alienígena sobre a Terra, ela segue para a imensa estação espacial que Win e o restante dos kemyanos chamam de lar. Suas habilidades conquistam o respeito dos Rebeldes, porém eles percebem que alguém está vazando informações para o inimigo, quando os Executores intensi cam seus esforços para capturá-los. Skylar tem razões para descon ar de todos os kemyanos. A cada passo em direção à verdade, Skylar mergulha mais fundo nas vidas ao seu redor e no completo horror do aprisionamento de seu planeta. Para completar sua missão, ela precisa arriscar a própria vida, o seu coração e o futuro da Terra.



Pensamento
Para Sempre com Meu Filho - Elisa Medhus
A dra. Elisa Medhus nunca acreditou na vida após a morte. Médica renomada, ela colocava toda a sua fé na ciência. Mas tudo isso mudou depois que seu filho Erik fez a passagem para o Outro Lado da Vida e passou a se comunicar com ela. Neste livro, Elisa transcreve as respostas de Erik para os mais universais questionamentos do ser humano: o sentido da vida e da experiência humana, a vida após a morte, e muitos outros assuntos relativos à espiritualidade. As mensagens profundas de Erik podem mudar a sua vida para sempre.





O Homem é Aquilo que Ele Pensa - James Allen
James Allen, um dos maiores pensadores e divulgadores do mentalismo de todos os tempos, nos mostra neste clássico que os bons pensamentos, quando disciplinados e em estreito controle e observação, se transformam em realidade. Este livro nos ensina a adquirir força interior e a dominar nossos pensamentos, para termos uma vida mais saudável, feliz e abundante, que nos conduza à paz, à segurança e ao crescimento interior. A chave da felicidade está mais ao alcance de nossas mãos do que podemos imaginar!






Cultrix
História do Sexo sem as Partes Chatas - Karen Dolby
Derrubando mitos sexuais históricos, Karen Dolby conta num estilo leve, divertido e picante tudo o que aconteceu entre quatro paredes, ou mesmo diante dos olhos de todos, ao longo de mais de 2.500 anos de costumes sexuais. Você conhecerá as histórias desde a Grécia Clássica, passando pelos romanos e os escândalos envolvendo os Bórgias e as várias dinastias de reis e rainhas, papas e sacerdotes, presidentes e primeiros-ministros, escritores, artistas, santos e filósofos. Este livro vai virar do avesso tudo o que você pensou até hoje sobre os costumes sexuais da humanidade.




A Riqueza Pública das Nações - Dag Detter e Stefan Fölster
Melhorar a gestão da riqueza pública é uma das questões econômicas mais importantes da nossa época. O setor público tem demonstrado ser um péssimo administrador da riqueza que possui em mãos. Com base em pesquisas e na experiência prática de muitos países, os autores mostram que governos do mundo inteiro, inclusive nações que hoje passam por crises financeiras, poderiam monetizar seus valiosos ativos de diversas formas. A principal sugestão para reverter o crescimento econômico enfraquecido é que os ativos públicos sejam entregues a uma gestão profissional de fundos, que lance mão do que há de melhor na administração corporativa.