Novidades de Abril - Rocco

14 de abril de 2015

Rocco
Sete Anos Bons - Etgar Keret
Em seu primeiro livro de não ficção, o autor do aclamado De repente uma batida na porta – considerado um dos melhores livros de 2014 pelo jornal O Globo – volta a surpreender com sua bem dosada combinação de humor e ternura diante da vida e da condição humana. Considerado o principal autor israelense de sua geração, Etgar Keret reuniu 36 textos curtos, ao estilo de crônicas, em que compartilha com o leitor momentos vividos durante sete anos que vão do nascimento do filho até a morte do pai. A partir da história pessoal do escritor, o leitor conhece melhor a sociedade israelense, feita de pessoas que procuram respirar em meio às guerras e aos conflitos políticos, mas, no fundo, entra em contato com sentimentos e questionamentos universais, muitas vezes explicitados por meio do nonsense. Uma leitura leve, mas de alcance profundo.


Um Ano - Juan Emar
Expoente da literatura de vanguarda na América Latina que a Rocco apresenta pela primeira vez ao leitor brasileiro na coleção Otra Língua, Juan Emar foi considerado por Pablo Neruda o “Kafka chileno”. O argentino César Aira prefere aproximá-lo de certas correntes surrealistas. Independente de referências ou filiações, o autor parece desprezar os conceitos de realidade e identidade e criar um tempo único – e fascinante – em sua obra. É isso que se vê em Um ano, o diário de um narrador anônimo feito de apenas 12 entradas, sempre no primeiro dia de cada mês. Os episódios – independentes entre si – vão se tornando mais absurdos à medida que a leitura avança e revelam uma imaginação desenfreada, numa prosa simples e funcional.



O Jogo de Sade - Miquel Esteve
Em O jogo de Sade, o espanhol Miquel Esteve apresenta uma espécie de thriller erótico. Mergulhando na trama, porém, o leitor não tarda a perceber a inquietude moral e os questionamentos filosóficos contidos nas entrelinhas do romance. Na história, Javier é um empresário em processo de falência. A crise econômica, porém, é apenas o estopim que leva o protagonista a questionar sua própria visão de mundo, seu casamento, já em ruínas, e sua relação com a filha. Uma noite, em busca de uma experiência diferente, Javier acaba descobrindo uma espécie de entidade que visa a perpetuar o espírito libertino do marquês de Sade e a partir daí se vê envolvido num jogo sensual e perigoso movido a práticas sexuais extremas.



Brasileirismos - Além do jornalismo, aquém da antropologia e quase ficção - Roberto DaMatta
Coletânea de crônicas publicadas na imprensa por Roberto DaMatta, Brasileirismos traz
mais de uma centena de textos que perpassam de grandes questões nacionais a singelas reminiscências, unindo o olhar aguçado do antropólogo, um dos principais representantes da segunda geração de intérpretes do Brasil, com a bagagem pessoal do autor. Em textos despretensiosos e salpicados de humor, DaMatta parte de situações e aspectos do cotidiano, como o cenário político, o futebol, as relações familiares e sociais, sempre provocando reflexões que vão além do texto jornalístico, de forma acessível para o grande público.





Na Dobra do Dia - Marcelo Moutinho
Em seus 450 anos, o Rio de Janeiro é cenário primordial para Na dobra do dia, primeiro
livro de crônicas do carioca Marcelo Moutinho, autor de elogiados volumes de contos.
Dividido em duas partes – “Pequenos amores da armadilha terrestre” e “As ruas pensam”, frases retiradas de Paulo Mendes Campos e João do Rio, respectivamente, que revelam a tradição a que se filia o autor – Moutinho persegue as miudezas do dia a dia da cidade e de seus personagens. São textos cheios de lirismo e assombro, mas também de um humor fino e surpreendente, forjado na descontração dos bares e na perspicácia dos sambas antigos. Páginas onde a leveza é só disfarce, a revelar: é nas cenas inusitadas, fiapos quase invisíveis na trama da cidade, que pulsa a matéria densa da literatura.



Fábrica 231
Desperdiçando Rima - Karina Buhr
Música, poesia, cartas, recados, bilhetes, crônicas e desenhos. É dessa mistura que nasce Desperdiçando rima, livro de estreia de Karina Buhr, lançamento do Fábrica 231, selo de entretenimento da Rocco. Com uma carreira consolidada na música, a cantora baiana que surgiu no cenário alternativo do Recife, vive em São Paulo e ganhou o Brasil com seu estilo forte e emblemático, mergulha nas letras para falar de amores, refletir sobre a vida e o tempo, olhar para dentro e para o outro. Em meio aos textos, desenhos nos quais a figura feminina se destaca. Diferentemente do que o título sugere, Desperdiçando rima faz bom uso das palavras, deixando a critério de quem lê escolher a ordem de saborear uma apetitosa “sopinha de letras”, como define a autora.

Eu, S.A. - Gene Simmons
Vocalista, baixista e cofundador da banda Kiss, Gene Simmons apresenta Eu, S.A. – Construa um exército de um homem só, liberte seu deus interior (do rock) e vença na vida e nos negócios, seu manual para o sucesso que chega às prateleiras pelo selo Fábrica231.
Mais do que um artista talentoso, Simmons é um típico self made man e um empreendedor à frente de uma gama de negócios que vão de uma gravadora a uma rede de restaurantes, e a cabeça por trás da carreira de sucesso da banda, que soma quatro décadas de estrada e mais de 100 milhões de CDs e DVDs vendidos, além de produtos de merchandising. 




Bicicleta Amarela
Detox de 10 Dias – Como os sucos verdes limpam o seu organismo e emagrecem - JJ Smith
Nutricionista especializada em programas de perda de peso, JJ Smith propõe uma dieta à base de sucos capaz de acionar o processo de perda de peso, aumentar o nível de energia e melhorar a disposição física e psicológica em Detox de 10 dias. Capaz de agradar ao mais exigente dos paladares, o livro traz mais de 100 receitas que ajudam a pôr em prática um estilo de vida mais saudável. Afinal, segundo a autora, ao utilizar os
supernutrientes das folhas verde-escuras, os sucos verdes satisfazem as necessidades nutricionais de uma forma equilibrada e saborosa. Detox de 10 dias é um lançamento do novo selo de bem-estar da Rocco, Bicicleta Amarela.





Sem Coleira - A vida secreta dos cães - Rupert Fawcett
E se os cachorros falassem? Em Sem coleira, o cartunista Rupert Fawcett dá voz aos cães em uma série de histórias em quadrinhos, flagrantes que divertem tanto os apaixonados por animais de estimação como os que não os possuem, mas são curiosos em relação a eles. Não importa o tamanho ou a raça, as tirinhas mostram os pensamentos caninos de forma bem-humorada em atitudes corriqueiras como marcar território, sair para um passeio, brincar, pedir carinho ou simplesmente ficar parado dentro de casa. O autor mostra ainda como os cachorros se relacionam entre eles, a interação com os donos e as estratégias muitas vezes “maquiavélicas” para chamar a atenção ou conquistar espaço.
Impossível não se divertir e emocionar com as simpáticas “bolas de pelo” retratadas com sensibilidade em Sem coleira.

Rocco Jovens Leitores
Timmy Fiasco - Stephan Pastis
Timmy Fiasco acredita que é o melhor detetive de sua cidade. Junto de seu inseparável amigo Total, o urso polar, Timmy funda a Fiasco Total, uma empresa de investigações baseada no closet de sua mãe! Timmy Fiasco – Errar é humano é o primeiro livro para jovens do cartunista Stephan Pastis, autor de tirinhas premiadas nos EUA como Pérolas aos porcos e Larry in Wonderland. Repleta de humor e ironia, a série de Pastis é comparada ao bestseller Diário de um banana, de Jeff Kinney, e alcançou a lista dos mais vendidos do The New York Times. Com uma imaginação fértil e uma lógica peculiar, o pequeno Timmy vai conquistar os leitores com suas hilárias desventuras ao investigar casos como o misterioso sumiço dos doces de seu colega Gunnar e seguir sua caminhada rumo ao sucesso. 



Arrasadoras - Pretty Little Liars #13 - Sara Shepard
A primavera chegou à sofisticada Rosewood, mas nem tudo são flores para Aria Montgomery, Hanna Marin, Spencer Hastings e Emily Fields. Em Arrasadoras, décimo terceiro volume da série Pretty Little Liars, bestseller de Sara Shepard que virou série de TV, as adolescentes estão decididas a descobrir a identidade de A e lutar contra a pessoa misteriosa que as persegue. O problema é que A, além de parecer antecipar os movimentos das jovens, pode estar mais perto do que elas imaginam. Será dessa vez que as mentiras acumuladas em torno do quarteto e de sua ex-amiga Ali serão reveladas? 






A Porta dos Três Trincos - Sonia Fernandéz-Vidal
Formada em física pela Universitat Autònoma de Barcelona, com doutorado no campo da Informação e Óptica Quântica, Sonia Fernández-Vidal é uma das mais importantes escritoras de divulgação científica em língua espanhola, autora do bestseller internacional Quantic love, também publicado pela Rocco. Agora, em A porta dos três trincos, a autora volta a unir aventura e conhecimento, amizade e romance, numa história surpreendente.
No livro, um garoto acostumado a fazer sempre o mesmo caminho resolve variar seu percurso habitual e encontra uma estranha casa, que atrai a sua curiosidade. Ao abrir os três trincos da porta que leva ao interior da casa, Niko acaba entrando no Mundo Quântico, onde coisas incríveis acontecem. E caberá a ele restaurar o equilíbrio entre o seu mundo e o universo que acaba de descobrir.

Fantástica
Alif, o invisível - G. Willow Wilson
Autora de graphic novels aclamadas e criadora da primeira heroína muçulmana dos quadrinhos, pela Marvel Comics, além do livro de memórias A leitora do Alcorão, a norte-americana convertida ao islamismo G. Willow Wilson dá vida a um jovem hacker vivendo num estado de exceção no Oriente Médio em seu premiado romance de estreia, Alif, o invisível. Primeiro lançamento de 2015 do selo Fantástica Rocco, o livro conquistou o World Fantasy Award e rendeu à autora comparações com escritores como Philip Pullman, Neil Gaiman e J.K. Rowling. Na trama, teologia islâmica, vigilância eletrônica e os acontecimentos da Primavera Árabe se mesclam para tecer uma rica narrativa, na qual o cotidiano colide com o fantástico e o mundo físico com o digital.

Bicicleta Amarela - Novo selo da Editora Rocco!



É um prazer contar o que a Bicicleta Amarela vai trazer para vocês.
Hoje as dúvidas são muitas:
Como devemos criar os filhos?
Que dieta da estação vamos seguir?
Como manter o corpo em forma?
E os truques para consumir alimentos mais nutritivos e livres de agrotóxicos?
Dá para envelhecer com mais saúde e beleza? Driblar o estresse? Ter um animal de estimação pode ajudar?
Como escapar dos roteiros batidos nas férias?
É possível combater um mal-estar ou uma dor crônica com “remédios” e terapias light?
Bicicleta Amarela, o novo selo de saúde e bem-estar da Rocco, vai trazer as respostas para essas e outras questões sobre desenvolvimento pessoal, família, filhos e sexo.
O que tem na cestinha dessa bicicleta? Livros de “ficção inspiracional”, lições de vida e de superação. Em resumo: novidade, com credibilidade. Especialistas em psicologia, sabedoria oriental, meditação, ioga, tendências em gastronomia, cozinha criativa, hortas urbanas e uma linha de guias de bebidas, etiqueta, turismo. Livros que fazem rir e curtir melhor nossa relação até com cães e gatos. Viagens culturais, de peregrinação, esportes radicais, novidades em decoração, do-it-yourself.
A Bicicleta Amarela vai trazer tudo isso com um jeito inovador.  Com discurso e design diferenciados. Com a marca da diversidade. O texto gostoso que você espera de sua revista preferida.
E a imagem da Bicicleta Amarela traduz isso: bicicletas são atemporais, têm design antigo, mas leve, clean e moderno. São sustentáveis e ecológicas, nos levam mais longe… Amarelo é a cor do sol, da energia, da iluminação, dos grandes líderes espirituais…
Esses são exemplos dos rumos, novos e diferentes que a Bicicleta Amarela vai trilhar. Faz 40 anos que a Rocco lança e acompanha tendências. Não é diferente com o Bicicleta Amarela. Um selo urbano, moderno, para gente que busca um jeito de viver mais e melhor. Acredito nisso e vivo essas coisas. Estou muito feliz por estar nesse projeto e agradeço à Rocco pela chance de colocar essa bicicleta nas ruas.

Livros e Adjetivos #7 - O Holocausto na Literatura

13 de abril de 2015

Depois de séculos, resolvi voltar com a coluna Books da qual reunia livros com determinadas características em comum. Agora com o nome de Livros e Adjetivos, o que considero ilustrar melhor a ideia do que quero passar já que Books era muito vago, cá estamos nós de volta ♥

Desta vez, reuni livros da minha estante onde nos deparamos com histórias das quais podemos conhecer mais sobre o Holocausto e seus horrores através de seus personagens, sejam eles reais ou fictícios. Obviamente existem mais livros que abordam o tema, literários, didáticos e etc, mas trouxe somente os que tenho. Caso tenham indicações, basta deixar um comentário e incremento o post trazendo as capas e a lista feita por vocês, ok?

O Menino do Pijama Listrado - John Boyne (resenha)
É muito difícil descrever a história de O menino do pijama listrado. Normalmente o texto de orelha traz alguma dica sobre o livro, alguma informação, mas nesse caso acreditamos que isso poderia prejudicar sua leitura, e talvez seja melhor realizá-la sem que você saiba nada sobre a trama.
Caso você comece a lê-lo, embarcará em uma jornada ao lado de um garoto de nove anos chamado Bruno (embora este livro não seja recomendado a garotos de nove anos). E cedo ou tarde chegará com Bruno a uma cerca.
Cercas como essa existem no mundo todo. Esperamos que você nunca se depare com uma delas.
A história do menino mais jovem salvo por Oskar Schindler, intensa e real como O diário de Anne Frank
Brincar. Como qualquer outra criança, era isso o que enchia de vida o pequeno Leib. E, além das brincadeiras, as descobertas de quem saíra de um pequeno vilarejo, Narewka, na Polônia, para uma cidade grande, a próspera e fascinante Cracóvia. Porém, quando o exército alemão ocupa o território polonês, brincar deixou de ser uma opção e trabalhar numa fábrica comandada justamente por um nazista, Oskar Schindler, tornou-se a única forma de sobrevivência. Eis o mote do emocionante O menino da lista de Schindler, a história real de luta, superação e esperança de Leib Lejson, ou Leon Leyson, o mais jovem sobrevivente salvo entre outros mais de mil judeus dos campos de concentração pelo empresário alemão.

O relato da menina por trás do mito.
O depoimento da pequena Anne Frank, morta pelos nazistas após passar anos escondida no sotão de uma casa em Amsterdã, ainda hoje emociona milhões de leitores. Seu diario narra os sentimentos, os medos e as pequenas alegrias de uma menina judia que, como sua família, lutou em vão para sobreviver ao Holocausto.
Lançado em 1947, O diário de Anne Frank se tornou um dos livros mais lidos do mundo. O relato tocante e impressionante das atrocidades e dos horrores cometidos contra os judeus fez deste livro um precioso documento e uma das obras mais importantes do século XX.


Maus - Art Spiegelman
Maus ("rato", em alemão) é a história de Vladek Spiegelman, judeu polonês que sobreviveu ao campo de concentração de Auschwitz, narrada por ele próprio ao filho Art. O livro é considerado um clássico contemporâneo das histórias em quadrinhos. Foi publicado em duas partes, a primeira em 1986 e a segunda em 1991. No ano seguinte, o livro ganhou o prestigioso Prêmio Pulitzer de literatura.
A obra é um sucesso estrondoso de público e de crítica. Desde que foi lançada, tem sido objeto de estudos e análises de especialistas de diversas áreas - história, literatura, artes e psicologia. Em nova tradução, o livro é agora relançado com as duas partes reunidas num só volume.
Nas tiras, os judeus são desenhados como ratos e os nazistas ganham feições de gatos; poloneses não-judeus são porcos e americanos, cachorros. Esse recurso, aliado à ausência de cor dos quadrinhos, reflete o espírito do livro: trata-se de um relato incisivo e perturbador, que evidencia a brutalidade da catástrofe do Holocausto.
Spiegelman, porém, evita o sentimentalismo e interrompe algumas vezes a narrativa para dar espaço a dúvidas e inquietações. É implacável com o protagonista, seu próprio pai, retratado como valoroso e destemido, mas também como sovina, racista e mesquinho. De vários pontos de vista, uma obra sem equivalente no universo dos quadrinhos e um relato histórico de valor inestimável.

A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak
A trajetória de Liesel Meminger é contada por uma narradora mórbida, surpreendentemente simpática. Ao perceber que a pequena ladra de livros lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas de 1939 a 1943. Traços de uma sobrevivente: a mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler.
Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade.
A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História. A Morte, perplexa diante da violência humana, dá um tom leve e divertido à narrativa deste duro confronto entre a infância perdida e a crueldade do mundo adulto, um sucesso absoluto - e raro - de crítica e público.

A Vida em Tons de Cinza - Ruta Sepetys (resenha)
1941. A União Soviética anexa os países bálticos. Desde então, a história de horror vivida por aqueles povos raras vezes foi contada. Aos 15 anos, Lina Vilkas vê seu sonho de estudar artes e sua liberdade serem brutalmente ceifados. Filha de um professor universitário lituano, ela é deportada com a mãe e o irmão para um campo de trabalho forçado na Sibéria. Lá, passam fome, enfrentam doenças, são humilhados e violentados. Mas a família de Lina se mostra mais forte do que tudo isso. Sua mãe, que sabe falar russo, se revela uma grande líder, sempre demonstrando uma infinita compaixão por todos e conseguindo fazer com que as pessoas trabalhem em equipe. No entanto, aquele ainda não seria seu destino final. Mais tarde, Lina e sua família, assim como muitas outras pessoas com quem estabeleceram laços estreitos, são mandadas, literalmente, para o fim do mundo: um lugar perdido no Círculo Polar Ártico, onde o frio é implacável, a noite dura 180 dias e o amor e a esperança talvez não sejam suficientes para mantê-los vivos. A vida em tons de cinza conta, a partir da visão de poucos personagens, a dura realidade enfrentada por milhões de pessoas durante o domínio de Stalin. Ruta Sepetys revela a história de um povo que foi anulado e que, por 50 anos, teve que se manter em silêncio, sob a ameaça de terríveis represálias.

Eu, Filha de Sobreviventes do Holocausto - Bernice Eisenstein
O livro de memórias de Bernice Eisenstein, Eu, Filha de Sobreviventes do Holocausto, é uma obra altamente original, ao combinar imagens e palavras, desenho e narrativa. Assim, a autora, que também é desenhista e ilustradora, registra suas memórias como filha de sobreviventes do Holocausto, de pais que passaram pelas exasperadoras experiências de Auschwitz. Nessa jornada, ela busca entender sua própria vida e sua relação com os pais, sempre com a sombra do Holocausto pairando sobre sua cabeça. Ela fala da tragédia sem pender para o trágico; descreve suas experiências e a vida de seus pais, imigrantes no Canadá, com um humor irreverente; destila uma ironia nem sempre sutil em suas reflexões filosóficas - que vão além do Holocausto - sempre embasada em suas muitas leituras (Primo Levi, Elie Wiesel, Hannah Arendt, Alfred Kantor, para citar alguns) - em tudo resgatando a alma ídiche, marca registrada do texto. O livro de Bernstein é uma conversa séria, lúcida e, por vezes, divertida dela consigo mesma, com os pais, com os amigos dos pais - também sobreviventes de Auschwitz - e com o leitor. É sobre o Holocausto e é também sobre a condição humana. Considerado o - Livro do Ano de 2006 - no Canadá.

A Bibliotecária de Auschwitz - Antonio G. Iturbe
Um emocionante romance baseado na história verídica de uma jovem checa, a bibliotecária do Bloco 31, de Auschitwz – Dita Dorachova - com quem o autor teve oportunidade de falar e que resgata do esquecimento uma das mais comoventes histórias de heroísmo cultural.
Auschwitz-Birkenau, o campo do horror, infernal, o mais mortífero e implacável.
O Bloco 31 tinha 500 crianças, e neste lugar onde os livros eram proibidos, a jovem Dita escondia todas as noites os frágeis oito volumes da biblioteca mais pequena, recôndita e clandestina que jamais existiu.
No meio do horror, Dita dá-nos uma maravilhosa lição de coragem: não se rende e nunca perde a vontade de viver nem de ler porque, mesmo naquele terrível campo de extermínio nazi, «abrir um livro é como entrar para um comboio que nos leva de férias».
Um livro diferente de tudo o que já leu sobre o Holocausto e de que poucos têm conhecimento. Pela primeira vez ficamos a saber da existência de livros num campo de extermínio.
Minuciosamente documentado, e tendo como base o testemunho de Dita Dorachova, a jovem bibliotecária checa do Bloco 31, este livro conta a
história inacreditável, mas verídica, de uma jovem de 14 anos que arriscou a vida para manter viva a magia dos livro, ao esconder dos nazis durante anos a sua pequena biblioteca, de apenas oito volumes, no campo de extermínio de Auschwitz.
Este livro é uma homenagem a Dita, com quem o autor tanto aprendeu, e à memória e valentia de Fredy Hirsh, o infatigável instrutor judeu do Bloco 31 que criou em segredo uma pequena escola e uma ainda mais minúscula biblioteca, apenas com oito livros.

No Jardim das Feras - Erik Larson
De forma inesperada, o professor William E. Dodd, da Universidade de Chicago, é convidado para assumir a embaixada dos Estados Unidos na Alemanha em 1933. Junto com a esposa e os dois filhos adultos, ele parte para Berlim, decidido a manter-se neutro em relação ao governo de Adolf Hitler. A animada vida social e o charme dos homens do Terceiro Reich a princípio encantam sua jovem filha Martha. Mas o deslumbramento não dura. Com o tempo, a família Dodd testemunha a crescente perseguição aos judeus, a censura à imprensa e a implantação de assustadoras leis. Em No Jardim das Feras, o escritor Erik Larson reconstitui o ambiente cada vez mais opressivo de Berlim pela perspectiva dos Dodd - registrada em cartas, diários e documentos - e revela uma era de surpreendentes nuances e complexidades.

A Chave de Sara - Tatiana de Rosnay
Julia Jarmond é uma jornalista Americana que vive em Paris há 25 anos e é casada com o arrogante e infiel Bertrand Tézac, com quem ela tem uma filha de onze anos. Julia escreve para uma revista americana, e seu editor pede que ela cubra o sexagésimo aniversário da grande concentração no Vélodrome d’Hiver – um estádio no qual dezenas de milhares de judeus ficaram presos antes de serem enviados para Auschwitz.
Ao se aprofundar em sua investigação, Julia constata que o apartamento para o qual ela e o marido planejam se mudar pertenceu aos Starzynski, uma família judia imigrante que fora desapossada pelo governo francês da ocupação, e em seguida comprado pelos avós de Bertrand. Ela resolve descobrir o destino dos ocupantes anteriores. É revelada então a história de Sarah, a única dos Starzynski a sobreviver.
A família de Sarah foi uma das muitas brutalmente arrancadas de casa pela polícia do governo colaboracionista francês. Michel, irmão mais novo garota, se esconde em um armário, e Sarah o tranca lá dentro. Ela fica com a chave, acreditando que em poucas horas estará de volta. Julia é então impelida a retraçar a sofrida jornada de Sarah em busca de liberdade e sobrevivência, dos terríveis dias em campos de concentração aos momentos de tensão na clandestinidade, e por fim seu paradeiro após a guerra. E à medida que a trajetória da garota é revelada, mais segredos são desenterrados.
Ao escrever sobre o passado da França com uma clareza implacável, Tatiana de Rosnay oferece em A Chave de Sarah um contundente retrato da França sob a ocupação nazista, revelando tabus e negações que circundam este doloroso período da História francesa. 

O Diário de Helga - Helga Weiss
Calcula-se que das 15.000 crianças que passaram pelo campo de internamento de Terezín, na antiga Tchecoslováquia, apenas 100 chegaram com vida ao fim da Segunda Guerra Mundial. A respeitada artista plástica Helga Weiss é autora de um dos mais comoventes testemunhos do Holocausto. Aos 83 anos, ela vive em Praga, no mesmo apartamento em que morou com os pais antes da deportação.
Em 1938, por ocasião da ocupação nazista em seu país, a menina de 8 anos, filha de um bancário e uma costureira, começou a escrever e a desenhar suas impressões sobre tudo que aconteceu com sua família. Em um caderno, Helga narra a segregação dos judeus ainda em Praga, a desumana rotina de privações e doenças de Terezín e sua peregrinação ao lado da mãe por campos de extermínio como Auschwitz, onde escapou por pouco da câmara de gás.

Toda Luz Que Não Podemos Ver - Anthony Doerr
Marie-Laure vive em Paris, perto do Museu de História Natural, onde seu pai é o chaveiro responsável por cuidar de milhares de fechaduras. Quando a menina fica cega, aos seis anos, o pai constrói uma maquete em miniatura do bairro onde moram para que ela seja capaz de memorizar os caminhos. Na ocupação nazista em Paris, pai e filha fogem para a cidade de Saint-Malo e levam consigo o que talvez seja o mais valioso tesouro do museu. Em uma região de minas na Alemanha, o órfão Werner cresce com a irmã mais nova, encantado pelo rádio que certo dia encontram em uma pilha de lixo. Com a prática, acaba se tornando especialista no aparelho, talento que lhe vale uma vaga em uma escola nazista e, logo depois, uma missão especial: descobrir a fonte das transmissões de rádio responsáveis pela chegada dos Aliados na Normandia. Cada vez mais consciente dos custos humanos de seu trabalho, o rapaz é enviado então para Saint-Malo, onde seu caminho cruza o de Marie-Laure, enquanto ambos tentam sobreviver à Segunda Guerra Mundial.Uma história arrebatadora contada de forma fascinante. Com incrível habilidade para combinar lirismo e uma observação atenta dos horrores da guerra, o premiado autor Anthony Doerr constrói, em Toda luz que não podemos ver, um tocante romance sobre o que há além do mundo visível.

Os Óculos de Heidegger - Thaisa Frank
Honra. Sacrifício. Amor. Poderia o fim de tudo levar a um novo começo? Kelsey, Ren e Kishan sobreviveram a três aventuras dramáticas e muitas provações. Mas, antes que possam partir na busca pelo último presente da deusa Durga, têm que enfrentar o feiticeiro Lokesh em seu próprio território.
Em seu livro de estreia, Thaisa Frank apresenta uma história fantástica que tem como cenário a Operação Postal, programa nazista que obrigava os judeus enviados aos campos de concentração a escreverem cartas aos familiares ainda livres.
Em Os Óculos de Heidegger, o destino dessa correspondência é um bunker secreto, onde um grupo de intelectuais é orientado a responder às cartas dos familiares desses prisioneiros. O objetivo da missão era, por um lado, manter um registro da correspondência trocada no período e, por outro, garantir um sobrenatural plano de segurança: evitar que os espíritos dos mortos dedurassem a Solução Final nazista.
Certo dia, uma tarefa é passada pelo próprio Goebbels: responder a uma carta do filósofo Martin Heidegger para seu amigo e oculista Asher Englehardt, prisioneiro de Auschwitz. Diante da suspeita de que talvez a prosaica correspondência contenha algum tipo de mensagem cifrada que poderia desmantelar os planos do Terceiro Reich, os escribas e seus líderes se veem às voltas com o desafio de responder ao filósofo de uma forma que desencoraje uma nova troca de cartas e garanta a permanência tranquila dos confinados no local.
Os Óculos de Heidegger mescla filosofia com romance e mostra o valor da amizade em meio às piores adversidades. Frank reconstrói a paisagem da Alemanha nazista a partir de um ponto de vista original.

Inferno: O Mundo Em Guerra - 1939-1945 - Max Hastings
Para muitos historiadores, nenhum outro acontecimento da história da humanidade teve o impacto da Segunda Guerra Mundial, que entre 1939 e 1945 abalou as vidas de centenas de milhões de pessoas em todo o planeta. Jornalista especializado na cobertura de conflitos, com vinte livros publicados, o inglês Max Hastings traça, em apenas um volume, um vasto painel da guerra em todos os fronts, colocando em primeiro plano o testemunho de pessoas comuns, obtido em cartas, diários, livros de memórias e depoimentos.
Estudo monumental e abrangente do conflito, Inferno não se limita a fazer uma simples narrativa da sequência de eventos trágicos, desde a invasão da Polônia até a explosão das bombas de Hiroshima e Nagasaki, mas revela ao leitor do século XXI como foi viver, lutar e morrer em um mundo em guerra.

A Lista de Schindler: A Verdadeira História - Mietek Pemper
A mais importante testemunha da Lista de Schindler conta todos os horrores e perigos que viveu e presenciou, e como ajudou a Oscar Schindler a salvar milhares de pessoas da morte.
A verdadeira e mais completa história sobre a lista de Schindler, que salvou milhares da morte certa, contada por um sobrevivente e importante personagem deste drama, Mietek Pemper, que mesmo sendo judeu atuou como secretário de Amon Goth, o nazista que comandava o campo de concentração. Devido a sua importante atuação em toda a operação de salvamento ele foi consultor do filme a Lista de Schindler de Steven Spielberg.
Pemper foi a única testemunha que poderia dar uma visão completa e precisa de operação de Schindler.
Seu livro é cuidadoso e triste, contando o triunfo de ambos e da incapacidade de superar a dor. 

Os Sete Últimos Meses de Anne Frank - Willy Lindwer
O "não escrito" capítulo final do Diário de Anne Frank relata o tempo entre a prisão de Anne Frank e sua morte. A história é contada por meio dos testemunhos de seis mulheres judias que sobreviveram ao inferno do campo de concentração do qual Anne nunca mais voltou. Inicialmente, o renomado cineasta holandês Willy Lindwer filmou o documentário "Os sete últimos meses de Anne Frank" e, depois disso, resolveu transformá-lo em livro. Para tanto, ele entrevistou mulheres que conheceram Anne Frank. O livro é composto pelos depoimentos de seis dessas mulheres - algumas que a conheceram antes de sua deportação para o campo nazista, e todas elas durante os últimos momentos em Bergen-Belsen. As histórias que estas mulheres têm para contar são semelhantes: o tratamento no campo, a forma como conheceram as irmãs Frank e a maneira como todas foram inexplicavelmente tocadas por sua vida. O fato de terem sobrevivido ao campo de extermínio é um milagre em si mesmo. Uma das sobreviventes, inclusive, teve a difícil missão de confirmar a Otto Frank as mortes de suas filhas, Anne e Margot. Os sete últimos meses de Anne Frank é o triste e verdadeiro relato de uma crueldade inimaginável e do milagre ocorrido para os que sobreviveram poderem contá-lo com suas próprias palavras.

Depois de Auschwitz - Eva Schloss
Em seu aniversário de quinze anos, Eva é enviada para Auschwitz. Sua sobrevivência depende da sorte, da sua própria determinação e do amor de sua mãe, Fritzi. Quando Auschwitz é extinto, mãe e filha iniciam a longa jornada de volta para casa. Elas procuram desesperadamente pelo pai e pelo irmão de Eva, de quem haviam se separado. A notícia veio alguns meses depois: tragicamente, os dois foram mortos.
Este é um depoimento honesto e doloroso de uma pessoa que sobreviveu ao Holocausto. As lembranças e descrições de Eva são sensíveis e vívidas, e seu relato traz o horror para tão perto quanto poderia estar. Mas também traz a luta de Eva para viver carregando o peso de seu terrível passado, ao mesmo tempo em que inspira e motiva pessoas com sua mensagem de perseverança e de respeito ao próximo – e ainda dá continuidade ao trabalho de seu padrasto Otto, pai de Anne Frank, garantindo que o legado de Anne nunca seja esquecido.

Eu Sobrevivi Ao Holocausto - Nanette Blitz Konig

Como sobreviver a um campo de concentração? Estaria essa sobrevivência condicionada ao acaso do destino? Em um emocionante relato, Nanette Blitz Konig conta a história de um período em que ela e milhões de judeus foram entregues à própria sorte com a mínima chance de sobrevivência. Colega de classe de Anne Frank no colégio, Nanette teve a juventude roubada e perdeu a crença na inocência humana quando esteve diante da morte diversas vezes – situações em que fora colocada em virtude da brutalidade incompreensível dos nazistas. Hoje, aos 86 anos, Nanette vive no Brasil e expõe suas lembranças mais traumáticas aos leitores. As cenas vivenciadas por ela fizeram os mais experientes oficiais de guerra, acostumados a todos os horrores possíveis, chorarem ao tomar conhecimento. Em uma luta diária pela sobrevivência, Nanette deveria suportar o insuportável para manter-se viva. Através de um depoimento ao mesmo tempo sensível e brutal, ela questiona a capacidade de compaixão do ser humano, alertando o mundo sobre a necessidade urgente da tolerância entre os homens.

Irmãs em Auschwitz - Rena KornreichGelissen e Heather DuneMacadam
Irmãs em Auschwitz é escrito com simplicidade e graça… E o sentimento avassalador que nos toma ao finalizar a leitura é um triunfo: ainda é possível encontrar altruísmo e união entre pessoas que vivem em um lugar de horror implacável. - Los Angeles Times Book Review Uma das poucas pessoas a se entregar voluntariamente para o exército alemão e ir a um campo de concentração – quando ainda se acreditava que eram apenas campos de trabalho – Rena Kornreich fez parte do primeiro transporte em massa de judeus para Auschwitz e sobreviveu ao campo nazista por mais de três anos, junto a sua irmã mais nova – Danka. Juntas, ambas tiveram de ser resilientes a cada a perversidade vivenciada durante o período de aprisionamento. E, a despeito da iminência da morte, das doenças, das surras e do trabalho forçado, os relatos de Rena a respeito da convivência entre as prisioneiras nos garantem que a empatia emergida dentro de cada dormitório e de cada grupo de trabalho encorajou essas mulheres a permanecerem unidas até que Auschwitz fosse libertado e suas vidas fossem devolvidas para sempre.

Segredo de Família - Eric Heuvel
Quando Jeroen vai ao sótão da avó Helena procurar algo interessante para vender, ele descobre o livro de recortes que ela manteve durante a Segunda Guerra Mundial. Esse fato desperta memórias dolorosas, e leva a avó a contar pela primeira vez a Jeroen como foi ser uma menina em Amsterdam durante a ocupação alemã da Holanda e sobre a perda de sua melhor amiga judia, Esther. Após ouvir a história, porém, Jeroen fará uma descoberta surpreendente.
Nesta envolvente graphic novel, fiel aos acontecimentos históricos, pessoas comuns assumem papéis variados - vítima, observador, colaborador, criminoso - e têm que tomar as decisões mais importantes e difíceis de suas vidas.

A Busca - Eric Heuvel, Lies Schippers e Ruud Van der Rol
Em 1933, Hitler subiu ao poder e iniciou uma caçada implacável aos judeus. Com apenas dezesseis anos, Esther é bruscamente separada de seus pais e refugia-se em uma fazenda no sul da Holanda. Muitos anos depois, em companhia do filho e do neto, Esther visita o lugar que lhe serviu de esconderijo e conta, pela primeira vez, as atrocidades que ela presenciou e viveu durante o Holocausto. Para a protagonista de A busca, remexer o passado é uma forma de encerrar esse capítulo de sua história, ao mesmo tempo em que tenta descobrir o que aconteceu aos seus pais, amigos e ao homem que arriscou a vida para abrigar dezenas de famílias judias em sua fazenda.
Contada de modo claro mas sem perder de vista que se trata de um livro juvenil, A Busca é um abrangente panorama da perseguição nazista e de como as ideias de um homem afetaram de modo tão brutal a vida de milhões de pessoas.
A busca foi publicado originalmente pela instituição holandesa Anne Frank House. À edição brasileira foi acrescido um posfácio do jornalista e escritor Gilberto Dimenstein.

As Meninas do Quarto 28 - Hannelore Brenner
As histórias do Holocausto ainda não foram todas contadas...
O que vem a sua mente quando você ouve falar em Segunda Guerra Mundial? Um nome, com certeza: Anne Frank e seu diário. Mas as vítimas do Holocausto têm tantos nomes e tantas histórias que precisamos contar! Não podemos esquecê-las. Helga, Flaška, Zajicek, Marta, Judith, Eva, Handa... Algumas das 15 sobreviventes do Quarto 28 do Abrigo para Meninas de Theresienstadt ainda estão entre nós. Elas não se deixam calar.
Muitos prisioneiros judeus passaram pelo campo de concentração Theresienstadt, uma cidade de faz-de-conta, encenada para desviar a atenção da imprensa e da Cruz Vermelha Internacional. Ali, no Quarto 28 do Abrigo para Meninas, moraram 60 crianças das quais somente 15 sobreviveram. Suas histórias, mescladas com fatos históricos e anotações do diário de Helga Pollak, desenhos infantis feitos durante aulas de desenho secretas e poesias escritas em álbuns de recordações, nos convidam para uma caminhada por Theresienstadt.
Neste livro, Hannelore Brenner conta essa história. Uma história feita de tristeza, amizade, compaixão e esperança.

Eu Sou o Último Judeu - Chil Rajchman
Nenhum campo de extermínio foi tão longe na racionalização do assassinato em massa quanto Treblinka. Lá, cerca de 750.000 judeus foram mortos. Apenas 57 sobreviveram. Chil Rajchman foi um deles. Por dez meses, sobreviveu ao absoluto terror. Carregou cadáveres em decomposição. Extraiu dentes dos mortos para que os nazistas aproveitassem o ouro, lavando-os em vasilhas cujos restos de água sanguinolenta mataram a sede de outros prisioneiros. Testemunhou suicídios, empalamentos, centenas de execuções. Foi chicoteado diariamente, teve tifo, sarna. Em agosto de 1943, Chil e outros prisioneiros conseguiram pôr em prática um plano de revolta. Ele foi um dos últimos judeus a escapar de Treblinka. Seu relato avassalador e detalhado, escrito ainda durante a guerra e até agora inédito, vem a público acompanhado por fotografias, mapas e a planta do campo de extermínio. Um importante testemunho do que preferíamos esquecer, mas não podemos. 

Batalha de Capas #2 - Saga Encantadas

12 de abril de 2015

Oi, meus doces!
Acabei esquecendo de fazer a Batalha de Capas das capas vencedoras da Saga Encantada após o término da votação. Voltando com ela, vamos conhecer as capas estrangeiras da Saga Encantadas que competirão com as edições nacionais?
No último Capa x Capa da Saga Encantadas a votação foi bem acirrada e competitiva, até porque as capas são maravilhosas, tanto as duas versões do E.U.A como as da França, mas ainda assim, com 12 % a mais na votação, as capas da França venceram.
Hoje, então, a Batalha de Capas será entre as nacionais e as francesas.
Não esqueça de votar e dar sua opinião nos comentários sobre as capas e sua votação.

Capas Nacionais
  

Capas Francesas
  
Obs: Votação se encerra dentro de 15 dias.

Garota Online - Zoe Sugg

11 de abril de 2015

Lido em: Abril de 2015
Título: Garota Online
Autora: Zoe Sugg
Editora: Verus
Gênero: YA/Romance
Ano: 2015
Páginas: 308
Nota: ★★★☆☆
Sinopse: Penny tem um segredo.
Com o nickname Garota Online, ela escreve um blog no qual desabafa seus sentimentos mais íntimos sobre amizade, meninos, os dramas do colégio, sua família maluca e os ataques de pânico que começaram a dominar sua vida.
Quando as coisas vão de mal a pior, sua família a leva para Nova York, onde ela conhece Noah, um garoto lindo que toca guitarra, e com quem ela parece ter muito em comum.
De repente, Penny percebe que está se apaixonando - e escreve sobre cada momento dessa história em seu blog, de maneira anônima. Só que Noah também tem um segredo, que ameaça arruinar o disfarce de Penny para sempre.
Garota Online é um livro encantador, que traduz exatamente o que significa crescer e se apaixonar na era digital. 

Resenha: Zoe Sugg, mais conhecida como Zoella, é uma vlogueira britânica de beleza, moda e estilo que conquistou mais de 5 milhões de seguidores no Youtube e ganhou vários prêmios nesse meio. Seu primeiro livro, Garota Online, quebrou recordes de venda e, no Brasil, foi publicado pela Verus.
Garota Online fala de Penny, uma adolescente de 15 anos, quase 16, apaixonada por fotografia e que desenvolveu síndrome de pânico após ter sofrido um acidente de carro. Como qualquer adolescente normal, Penny guarda segredos, sentimentos íntimos, e sente necessidade de colocá-los pra fora. Eis que lhe surgiu a ideia de escrever num blog, de forma anônima, sobre tudo o que quisesse, tudo o que sentia e tudo lhe atormentava, como uma válvula de escape.

Elliot, seu melhor amigo gay que mora na casa ao lado e com quem conversa através de batidas nas paredes, e Megan, uma amiga de infância que com o passar do tempo mostrou quem era de fato, são seus únicos amigos, e Penny se sente um pouco deslocada na escola por não ser nada popular além de bastante desengonçada, mas sua família é maravilhosa e sempre a apoia e procura ajudá-la. O problema é que Penny está longe de se dar bem com garotos e isso a deixa bem pra baixo. Pra piorar sua vida, um video - em que ela aparece se estrumbicando no chão enquanto sua calcinha velha e esfarrapada aparecia pra plateia que assistia a peça de teatro da escola - foi publicado na internet por Megan, e a coisa se tornou viral. Penny ficou apavorada, achou que sua vida estava arruinada e seus pais resolveram levá-la para Nova York aproveitando um trabalho, assim ela poderia esfriar a cabeça e, quem sabe, os estudantes esqueceriam o episódio vergonhoso quando ela voltasse.
Lá, Penny conhece Noah, um garoto de 18 anos, lindo, guitarrista e parece gostar dela do jeitinho que ela é. Os dois combinam bastante e Penny começa a escrever sobre o que anda sentindo em relação a ele em seu blog, mas não esperava que sua vida virasse de cabeça pra baixo, mais uma vez.
"Decidi que não vou mais tentar me espremer numa amizade que me machuca. Vou desistir dela e tentar ser amiga de gente que me faz sentir bem."
- Pág. 64
"Às vezes você precisa encarar seus medos para perceber que eles nem são reais."
- Pág. 86
"Toda vez que você posta alguma coisa online, você tem uma escolha.
Ou pode fazer disso uma alavanca para elevar o nível de felicidade no mundo, ou pode usar como uma ferramenta para destruir essa felicidade."
- Pág. 297
A narrativa é feita em primeira pessoa e é bastante fácil. Acompanhamos o cotidiano de Penny se alternando com suas postagens em seu blog, o único lugar onde ela sente que pode ser ela mesma.
Apostei na leitura do livro acreditando se tratar de outro tipo de história, mas me deparei com uma recheada de clichês, personagens estereotipados e já previ o final assim que a história começou... A garota desengonçada que sofre bullying e não se encaixa devido a algum trauma passado, o melhor amigo incrível, a amiga cretina, o bonitão que acha graça na menina estranha, o anonimato da autoria do blog... Não é nada diferente do que se encontra por aí, mas, o que me agradou mais nessa história foi a família de Penny, que é ótima, e a abordagem bastante fiel aos temas atuais que regem a vida das pessoas: a internet e as redes sociais, e que se há um lado positivo, também há o negativo quando utilizados para derramar ódio gratuito.

A amizade com Elliot também é um ponto forte do livro, pois ele é o melhor amigo que todo mundo devia ter, pena que ele não teve muito destaque enquanto o cenário era Nova York.
Uma curiosidade é que o lançamento do livro teve uma enorme repercussão devido ao mesmo ter sido escrito por uma ghost writer fazendo com que Zoe caísse no conceito do meio literário estrangeiro, talvez pelo motivo de ter virado moda que vlogueiros famosos agora saiam lançando livros a torto e a direito aproveitando os holofotes e a moral com os fãs. Vou ser sincera em afirmar que até saber do lançamento de Garota Online, eu nunca tinha ouvido falar de Zoe na vida e nem tive curiosidade de assistir seus vídeos, então fiquei indiferente sobre quem de fato escreveu ou não e só optei pela leitura por ter me interessado pela sinopse. Ainda assim considerei a escrita, mesmo que fácil, um pouco amadora e resta saber se foi intencional ou não.

É um livro leve e rápido de se lido, mas acho que é o tipo de história voltada ao público adolescente por tratar de questões dessa fase com bastante fidelidade, mesmo que Penny demonstre ser madura demais pra pouca idade que tem... Eu, particularmente, não me envolvi com a história então a leitura se tornou um pouco arrastada pra mim, mas gostei de acompanhar a evolução e o crescimento do blog, e como Penny, sem querer, conseguia atingir pessoas com os mesmos problemas que ela e ajudá-las a enfrentá-los, problemas que vão desde pensamentos bobos, amizade verdadeira, amor, até problemas complexos que são enfrentados e quase nunca tão compreendidos, e isso é algo comum hoje em dia. Quem nunca se identificou com um texto sobre alguma situação da vida, seja ela qual for, e passou a não se sentir sozinho no mundo pois em algum lugar existe alguém que também passou por isso?

Acho que essa foi a questão que mais me agradou, pois tudo o que a gente escreve, de alguma forma, influencia as pessoas que lerem de forma positiva ou negativa e causa algum impacto, por menor que seja. E nesse ponto me identifiquei, por ter este blog e já ter tido outros pessoais também. Sinto que deixo minha pequena colaboração num cantinho onde me sinto bem e mantenho por prazer, onde posso sempre ser eu mesma e sem medo de expor minhas opiniões (mesmo que não seja anonimamente).

O segundo volume de Garota Online tem previsão de lançamento em novembro deste ano na Inglaterra.

Osbert, O Vingador - Christopher William Hill

10 de abril de 2015

Lido em: Abril de 2015
Título: Osbert, O Vingador - Histórias de Schwartzgarten #1
Autor: Christopher William Hill
Editora: Bertrand Brasil
Gênero: Juvenil
Ano: 2015
Páginas: 266
Nota: ★★★★★
Sinopse: Schwartzgarten é um lugar estranho. À primeira vista, trata-se de uma cidade como outra qualquer, com casas, bancos e bibliotecas. Entretanto, por trás dessa aparência comum se esconde um passado sinistro, repleto de violência e batalhas sangrentas.
Para Osbert, que cresceu ali, a cidade não é tão esquisita assim. Ele está acostumado a passear todos os dias pelo cemitério e conhece várias histórias locais, mas nada disso parece influenciar negativamente o menino. Bem, pelo menos não até ele ser aceito no Instituto.
Considerada a melhor escola de Schwartzgarten, o Instituto é também um lugar cruel, comandado por professores sádicos, que gostam de torturar seus alunos. Caladas, as crianças aceitam as duras punições sofridas, e, com certeza, Osbert fará o mesmo... Certo?
Errado, muito errado! O menino é mais esperto do que todos imaginam e não pretende deixar os professores impunes. Pelo contrário: quer que eles paguem pela sua crueldade, da pior maneira possível. Eis que surge então Osbert, o Vingador, um justiceiro frio e determinado, disposto a destruir cada um de seus inimigos.
Nesta história de vingança e reparação, Christopher William Hill nos surpreende com um herói nada bonzinho e vilões que se transformam em vítimas. Um livro assustador e imprevisível, que certamente fisgará os leitores da primeira à última página. 

Resenha: Quando Obsert nasceu, o Sr. e a Sra. Brinkhoff queriam muito que ele fosse inteligente. Seu cabeção e testa alta foram recebidos com muito orgulho e alegria, mas, com o passar do tempo, se surpreenderam quando perceberam que ele não gostava de se relacionar com outras crianças nem se interessava pelas coisas fúteis da vida, preferindo se trancar no quarto para ler livros de física e álgebra. Sua inteligência ia além e por não ser exatamente o gênio que seus pais haviam sonhado, mas muito mais que isso, acabaram contratando uma especialista que pudesse ajudar Osbert e evitar que ele fosse tão anormal: Babá. Babá era uma mulher intimidadora e misteriosa que nunca se casou. Seu lema é "Faça com os outros antes que façam com você". Seus 12 últimos pretendentes tiveram as vidas interrompidas de modo pavoroso, mas Osbert não tinha a menor intenção de ser domado por ela, e a medida que se conheciam um pouco mais, principalmente quando Osbert encontrou uma garrafa verde com um símbolo de caveira e uma cruz de ossos nas coisas dela, acabaram aprendendo a guardar segredos e desenvolvendo um grande respeito um pelo outro.

Depois de muitos anos, o Sr. Brinkhoff ainda guardava uma imensa frustração por não ter sido aceito no Instituto quando criança. Observando o filho e sabendo de sua capacidade, decidiu que ele deveria tentar ingressar lá, pois se tratava da melhor escola da região, mesmo que fosse conhecida por seus apavorantes métodos de ensino com direito a tortura e diversos tipos de punições aplicadas pelos professores sádicos que lecionam lá. Osbert é aprovado no teste e ingressa no Instituto e ele acaba descobrindo que as história terríveis das quais havia ouvido falar eram mesmo verdade, inclusive que só as crianças mais inteligentes e espertas são aceitas para que sejam desencorajadas e humilhadas pelos tutores e pelo Diretor. No instituto, Osbert logo faz amizade com Isabella, uma garotinha bastante curiosa e tão inteligente quanto ele. Somente os dois conseguiram ser aprovados para o Instituto naquele ano no meio de todos que tentaram.

Em meio a castigos e gritos vindos de porões, Osbert desafia o intelecto dos professores que acabam não admitindo tal comportamento e se voltam contra ele. Ele acaba sendo expulso do Instituto mas resolve fazer justiça com as próprias mãos. A história de Schwartzgarten é carregada de mistério além de ser inegavelmente sangrenta. Que problema Osbert poderia causar, "involuntariamente", se um pouco mais de sangue fosse derramado?

Capa americana
Capas ilustradas que remetem a mistérios juvenis me deixam curiosa e me chamam muito a atenção, e optei pela leitura de Osbert, o Vingador sem pensar duas vezes. Posso dizer que me surpreendi muito do início ao fim. Ainda sobre a capa, fiquei muito satisfeita com a edição lançada no Brasil, pois a Bertrand conseguiu passar através dela a sombriedade que encontramos na história, com Osbert se esgueirando pelas sombras, tramando alguma coisa macabra. O detalhe do título em alto relevo com um efeito metalizado/furta-cor é um charme! A capa original não transmite essa sensação sinistra ao leitor e parece se tratar de um livro infantil. ►

O livro é narrado em terceira pessoa e o humor mórbido e negro presente na história é o segredo de seu sucesso. O autor brinca com a morte, com torturas cruéis, com acontecimentos absurdos, inacreditáveis, e com qualquer tipo de desgraça como se fosse algo natural. Talvez seja possível comparar as situações que encontramos na história com os costumes da própria "família Addams", ou até mesmo fazer comparações com situações de maus tratos infantis do filme "Matilda", em que ela e as crianças da escola são atormentadas pela professora troglodita e pela família maluca.

É terrível sim, mas a tragédia é carregada de humor exagerado, o que torna tudo muito engraçado e até mesmo inocente, pois é tudo muito cômico, beirando o tosco, e aí é que está a graça da história. Me peguei gargalhando em algumas cenas exageradas que são descritas com tanta perfeição que me senti assistindo ao vivo. A escrita do autor também é maravilhosa e ele usa de alguns floreios propositais em alguns trechos da narrativa para dar um clima ainda mais cômico, como a cena em que Babá atinge um idiota com uma beterraba e ele cai de cara na sarjeta.
Claro que os demais personagens, por melhores ou piores que sejam, foram todos muito bem construídos, cada qual com suas personalidades e particularidades próprias. Os que mais se destacaram pra mim foram Babá e o professor Lomm.

Osbert é um garotinho espirituoso e brilhante com uma mente fria e calculista. Os vilões acabam se tornando vítimas nas mãos dele. Um ponto bacana é acompanhar a evolução de Osbert em seus planos contra os professores até o final que é simplesmente fantástico. Ao fim do livro também podemos ver as notícias que saíram no jornal sobre os perigos que passaram a rondar a cidade.
Não acho que seja um livro para crianças. Pelo teor violento e até pela linguagem, indicaria para jovens adultos. Osbert me fisgou da primeira até a última página, e é uma leitura super agradável e obrigatória para quem quer descontrair e rir bastante, mesmo que ache a princípio a história estranha. A ideia é essa e o autor acertou em cheio!